O Santos quer aproveitar o talento de Neilton e Gabriel para dar sequência à tradição de revelar grandes jogadores e minimizar a ausência de Neymar, negociado com o Barcelona. Juntos, os dois garotos, recém-promovidos das categorias de base, esperam ajudar a reerguer a equipe, que não começou bem o Campeonato Brasileiro e conquistou apenas dois pontos em três jogos.
De simples reserva na Copa São Paulo deste ano, Neilton aproveitou a oportunidade que teve nas semifinais e na decisão da competição, ao marcar três gols contra o Palmeiras e um diante do Goiás, tornando-se a principal figura na conquista do título. Com a ascensão do treinador do time sub-20, Claudinei Oliveira, para o lugar de Muricy Ramalho, o jogador já sente um pouco titular do Santos em transformação.
“Cada jogo vai ser o da minha vida. Eu me dedico nos treinos e esperava a oportunidade que chegou na partida contra o Grêmio”, disse o atacante. Ele admite que no primeiro jogo como titular, diante do Palmeiras, foi atrapalhado pelo nervosismo. “Sábado, eu estava mais solto.”
Neilton conhece Gabriel, que também é atacante, desde quando eram adversários no futsal no ABC, respectivamente pelos Águias de Nova Gerte e Basf. Tornaram-se amigos, chegaram quase ao mesmo tempo para o infantil do Santos e são inseparáveis, dentro e fora do campo, como eram as duas duplas anteriores do clube, formadas por Diego e Robinho, Neymar e Paulo Henrique Ganso.
“Cheguei ao Santos com oito anos. Seu Zito (volante e capitão do Santos de Pelé e descobridor de talentos na administração de Marcelo Teixeira) me viu jogando contra o São Paulo e como eu fui bem, ele me convidou para fazer teste no Santos. Eu já era santista, aceitei o convite, fiz o teste e passei”, conta Gabriel, que se tornou conhecido do torcedor santista como Gabigol, em razão dos gols marcados nos times da base.
Apesar de ter ficado satisfeito com os elogios que recebeu pela boa atuação que teve contra o Grêmio, Neilton acha importante que o Santos se reforce para o Campeonato Brasileiro, de preferência com o retorno de Robinho. “É importante trabalhar com jogadores experientes e que já atingiram outro patamar. Eu aprendo com os conselhos de Dracena e Assunção (Marcos)”, disse Neilton.