Reconhecido pela torcida rubro-negra como um dos símbolos de raça, o ala Nei vai ter que concentrar todas as forças para um longo período de inatividade. Na 5.ª-feira, o atleta passará por uma operação para a reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho direito que rompeu durante o jogo contra o Ipatinga, no último sábado. Ele será operado em São Paulo pelo ortopedista Rene Abdalla com acompanhamento de Alexandre Cabral, do departamento médico atleticano.
Nei não tem contado com a sorte durante sua passagem pelo Atlético. Em 2007, na segunda quinzena de setembro, o jogador foi afastado do grupo principal para tratar de uma canelite, que é uma pequena fratura por estresse na tíbia, causada pela seqüência de pancadas.
O tratamento durou praticamente três meses e afastou o ala do Brasileirão. Quase um ano depois, Nei sofreu nova lesão, agora bem mais séria. Em uma dividida de bola no meio-campo, ele virou o joelho, causando rompimento do ligamento. Após a operação, o período de recuperação é estimado entre seis e oito meses e, novamente, ele ficará afastado do returno do Brasileirão.
Performance
Nei era um dos jogadores que mais atuou pelo Furacão neste campeonato. Foram 17 partidas. As três vezes que não entrou em campo foram decorrentes dos cartões amarelos e do único vermelho que recebeu.
Devido às suas apresentações, o jogador estava em 3.º lugar no ranking da Bola de Prata da Revista Placar, prêmio que é concedido aos melhores atletas em cada posição. Estava atrás de Ruy (Náutico) e Léo Moura (Flamengo).
O atleta, que viaja amanhã para São Paulo, conversou, por telefone, com ao Paraná-Online.
Paraná-Online – Após a constatação da gravidade da lesão, o que passou pela tua cabeça?
Nei – É muito complicado. Ano passado fiquei afastado por três meses para tratar de uma lesão. Voltei bem e acredito que estava no melhor momento da minha carreira. Daí acontece isso. Fiquei e estou chateado. Naquele momento (da contusão) passa tudo de pior pela cabeça. Vieram as imagens dos meus amigos que passaram por isso e todo o sofrimento. Mas agora é levantar a cabeça e não se entregar.
Paraná-Online – Você sempre foi muito ligado com a sua família. Qual o papel deles na sua recuperação?
Nei – Estou com meu irmão e meu filho. Mas minha mãe vai retornar comigo de São Paulo, após a operação, e vai ficar comigo.
Paraná-Online – A garra e a determinação sempre foram marcantes em você. É com esse mesmo espírito que vai enfrentar esse momento difícil?
Nei – Com certeza. É mais uma provação que vou ter que passar. Mas podem ter a certeza que não é essa ou nenhuma lesão que vai me derrubar.
Paraná-Online – Qual recado você deixa para a torcida rubro-negra e também para seus companheiros para o restante do Brasileirão?
Nei – Para a torcida, digo para eles não perderem a esperança e apoiar. O elenco tem qualidade. O 2.º turno será outro campeonato para o Atlético, podem acreditar. Vamos terminar bem colocados. Para os meus companheiros é que mesmo não estando dentro de campo, vou estar junto deles, dando força. Nem que seja na hora da oração. E que eles podem continuar contanto comigo, porque continuo fazendo parte do grupo.