Negociação com Dorival Júnior emperra

O Coritiba continua em busca de um treinador para a temporada 2008. Ontem, o clube apresentou uma proposta a Dorival Júnior, o preferido da nova diretoria, mas as negociações estão complicadas. Os nomes de Zetti e Giba aparecem como alternativas do Coxa.

Na última terça-feira, os dirigentes alviverdes estavam otimistas quanto a um acerto com Dorival Júnior. A preferência pelo técnico foi admitida pelo novo departamento de futebol e um acordo parecia questão de tempo. Mas as conversas evoluíram pouco ontem e declarações de ambos os lados apontavam para um impasse.

Dorival Júnior está em Florianópolis, onde reside, e confirmou as conversas com o Coxa. ?Eles me procuraram e fiz uma contraproposta. O Coritiba está estudando e deve dar uma resposta até amanhã (hoje). É difícil dizer se haverá um acordo. O clube tem sua posição e nós temos outra?, diz o treinador.

A pedida do treinador parece ter desanimado os dirigentes do Coxa. Edison Mauad, homem forte do futebol alviverde, parecia pouco confiante em um acerto. ?Trabalhamos com alguns nomes e temos que equacioná-los de acordo com a realidade financeira do clube. O Celso Roth já foi descartado e como não recebi nenhuma notícia, o Dorival Júnior deve ter sido descartado também. O Tonico Xavier já deve estar conversando com as outras alternativas?, afirma.

Tonico, novo gerente de futebol do clube, não quis revelar ontem como estavam as conversas. Disse apenas que estava viajando e que novidades devem ficar para amanhã.

No último Brasileirão, Dorival Júnior levou o Cruzeiro a uma vaga na Libertadores. Apesar da boa campanha, foi dispensado pelo clube mineiro, que preferiu contratar Adílson Batista. Mesmo assim, o feito deixou Dorival valorizado e os valores pedidos pelo técnico teriam ficado bem acima do que o Coxa pretende gastar.

Plano B

O time do Alto da Glória já estaria atrás de uma alternativa. Giba, que dirigiu o São Caetano na Série B, é uma das opções. Ele já conversou com João Carlos Vialle, que está deixando o cargo de coordenador de futebol. O acordo costurado pode ser aproveitado por Tonico Xavier.

Porém, outro nome ganhou força ontem. Zetti, que dirigiu o Paraná no primeiro semestre, está sem clube desde que foi demitido do Fortaleza, a duas rodadas do fim do Brasileiro. Ele se encaixaria nos padrões salariais do Coritiba e pode ser a aposta da nova diretoria.

Qualquer que seja o nome, o Coxa tem pressa. A apenas 21 dias do início do Campeonato Paranaense, o time precisa definir o treinador o quanto antes, para que ele possa opinar na montagem do elenco. Por enquanto, o clube não apresentou nenhuma contratação para a próxima temporada.

Torcedor do Furacão deu a eleição pra Jair Cirino dos Santos

Julio Tarnowski Jr.

Arquivo
José Lupion Neto é torcedor do Rubro-Negro, mas tem cadeira e título de sócio do Coritiba. O eleitor foi ?laçado? pra ajudar a oposição.

Pode não ter sido decisivo, mas com certeza o voto de um convicto atleticano foi fundamental para a eleição de Jair Cirino dos Santos à presidência do Coritiba no último domingo. A disputa acirrada envolvendo três chapas, com a eleição sendo definida por um voto – 360 votos para Jair Cirino, 359 para João Carlos Vialle, e 265 para Domingo Moro.

O voto que teria dado a vitória para a oposição foi do advogado José Lupion Neto, ?atleticano de quatro costados? como se costuma dizer no meio popular. Por questões históricas e familiares ?tornou-se? sócio do clube do Alto da Glória. ?Meu pai tinha uma área próximo ao Couto Pereira que acabou sendo negociada para o Coritiba. Em troca ele recebeu como parte do pagamento um título de sócio e uma cadeira no estádio?, disse Zé Neto, como é também conhecido o atual presidente do ICS – Instituto Curitiba Saúde, órgão da Prefeitura Municipal de Curitiba. O título e a cadeira foram mantidas em nome da família Lupion, que em outra eleição, nos anos 80s, também ajudou a eleger Bayard Osna.

?Era amigo da família deles – de Bayard. Me chamaram para ir votar e fui?, lembra o atleticano que seguiu quase o mesmo ritual no último domingo. ?Estava em casa ?morgando?, quando o Julio Jacob me ligou pedindo para ir ajudar a chapa do Cirino. Fiquei pensando se deveria ir ou não. Afinal sou torcedor do Atlético. Estava tranqüilo, quando me ligaram de novo pedindo meu voto?, disse Zé Neto rindo com a situação, lembrando que pediu para o seu filho, João Pedro, que também é Rubro-Negro, para levá-lo de carro para ir ao Couto. ?Ele ainda brincou comigo. /Pai vai lá, que eu fico aqui no carro te esperando. E vê se não demora…/?, brincou o filho.

Sobre o então candidato e agora novo presidente do Coxa, Zé Neto diz que não sabe muita coisa dele, Jair Cirino. ?Nem fui apresentado, mas espero que ele faça uma boa administração?, afirma agora em tom mais sério. ?O futebol paranaense necessita de pessoas corretas e que façam o bem para o esporte. O Atlético precisa de um rival forte, para também não se acomodar, e fazer frente aos principais clubes do Brasil. A rivalidade sadia é bom para todos?, diz o torcedor Rubro-Negro.

A história da família de José Lupion Neto está ligada também ao clube da Baixada. Além de ser atleticano, seu sogro, Eudoro Freut Bettini, jogou no Atlético na década de 50. Bettini foi zagueiro do Furacão em quatro temporadas no time que tinha Silas; Damião, Bettini e Belfori; June, Sanford e Sano; Boluca, Jackson, Lobato e Acir. ?Tenho alguns parentes coxas, mas a maioria é atleticana?, completa Zé Neto que agora espera que pelo menos o Coritiba tenha uma administração mais tranqüila e faça boa campanha nos próximos campeonatos. ?Mas a do Atlético será melhor?, completa rindo o ?eleitor coxa-branca?.

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