Belo Horizonte – A despedida do sul-africano Ryk Neethling, após o encerramento da etapa de Belo Horizonte da Copa do Mundo de Natação em piscina curta (25m), teve tom de até breve. O nadador defenderá o Pinheiros, de São Paulo, no Trofeú Brasil, de 2 a 8 de maio, também em Belo Horizonte, mas em piscina olímpica. Essa competição irá valer índice para o Mundial de Montreal, em julho.

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Ryk Neethling foi o grande destaque na etapa de Belo Horizonte, enquanto Thiago Pereira brilhou entre os brasileiros, ao ganhar as duas únicas medalhas de ouro do País -nos 200m e nos 400m medley. No total, o Brasil ganhou 27 medalhas no fim de semana, totalizando 45 na Copa do Mundo.

Ryk Neethling, de 28 anos, levou ontem ouro nos 50m (21s44) e nos 200m (1m45s35), ambos no estilo livre. Com isso, chegou a 5 vitórias nas 5 provas que disputou em Belo Horizonte (as outras foram nos 100m livre, 100m medley e 50m borboleta). E somou 33 medalhas nas oito etapas da Copa do Mundo, levando quase US$ 100 mil em premiação para todos os resultados. Após férias de um mês, Neethling retomará os treinos para o Troféu Brasil e, depois, para a disputa do Mundial. "Ele nada os 50, 100 e 200 metros borboleta e de 100 a 1.500 metros livre. No Troféu Brasil, nadará as provas onde houverem buracos no quadro do Pinheiros", afirmou o técnico da equipe paulista, Albertinho da Silva.

Thiago Pereira, de 19 anos, que teve tratamento de estrela em Minas, tanto por parte da torcida quanto os políticos que foram à piscina ontem, incluindo o governador Aécio Neves, comemorou o fato de ter ganho os dois únicos ouros do Brasil. Ambos no estilo medley: ontem, nos 200m (1m57s99) – Diogo Yabe ficou com o bronze (2m01s14) -e no sábado, nos 400m (4m15s69). Levou ainda o bronze nos 100m medley (54s85), também no sábado.

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"Foi muito bom repetir a campanha de Nova York, na etapa anterior", disse Thiago, que ainda está se habituando ao assédio, mas ainda acha exagerado comparações com o medalhista olímpico Gustavo Borges. "Ele tem medalha olímpica e eu não. Sou finalista olímpico e tenho ouro no Mundial de Indianápolis. Mas uma medalha olímpica… Acho que estou no caminho certo, cada ano abaixo um pouco os meus tempos."

O russo Yuri Prilukov fechou, em Belo Horizonte, sua participação em Copa do Mundo com ouro nos 1.500 metros livre (14m53s68). No sábado levou o ouro nos 400 metros livre (3min44s49). Prilukov se considera um especialista em piscina curta – ganhou as duas provas em todas as oito etapas da Copa do Mundo, nada menos que 16 medalhas de ouro.

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Neste domingo, pelo Brasil, Rebecca Gusmão ganhou bronze nos 100m livre (54s78) e prata nos 50m peito (31s89). Na quarta-feira, em Coral Springs, Rebecca fará um teste para saber em que nível se encaixa para as aulas de inglês. Thiago também fará o teste. Ambos vão estudar a língua, antes de fazer prova em universidades americanas.

Kaio Márcio prefere Paraíba

Belo Horizonte – Kaio Márcio Almeida treina no Esporte Clube Cabo Branco, em João Pessoa, Paraíba. Defende o Nikita/Sesi, de Recife, Pernambuco, de onde vem o seu principal patrocínio (a Chesf, uma companhia hidroelétrica da região). Pelo menos agora, o nadador de 20 anos, 1,75 m e 78 quilos, um especialista no nado borboleta, não quer trocar o Nordeste nem por São Paulo ou Rio e nem pelos Estados Unidos.

"Não me incomodo em treinar sozinho e estou indo bem", afirmou Kaio Márcio. Na etapa de Belo Horizonte da Copa do Mundo de piscina curta (25 metros), ele bateu o recorde sul-americano nos 200 metros borboleta (1m55s60), com a medalha de prata na prova. Ainda levou mais duas de prata, nos 50 metros (23s31) e nos 100 metros (51s87), ambos borboleta.

Kaio Márcio nadou no Flamengo entre 1999 e 2001, mas os velhos problemas do clube carioca com salários e infra-estrutura o fizeram voltar para a Paraíba, onde garante estar feliz – nada e estuda Educação Física. A primeira vez que quebrou o recorde dos 200 metros borboleta em piscina curta foi em 2001, tempo que baixou neste fim de semana. "Agora quero nadar bem no Troféu Brasil", avisou.

O técnico Leodegário Arruda Neto, o Léo, observa que o crescimento de Kaio é enorme -quando ele chegou para um teste, aos 7 anos, segurava na baliza e chorava. Voltou aos 9, passou a competir aos 13 e não parou de evoluir. Em 2004, integrou a delegação brasileira na Olimpíada de Atenas, mas "foi atrapalhado pelo fator psicológico", segundo Léo.