São Paulo (Ag. Placar) – O brasileiro Neco Padaratz, de 28 anos, entrou para a história. Na noite de sexta-feira foi o primeiro surfista do Brasil a se tornar bicampeão mundial consecutivo do WQS, a divisão de acesso do surfe – é o sétimo título do Brasil em 13 anos de disputa. Ele iguala outro feito da família, já que seu irmão, Teco Padaratz, também havia conquistado o WQS por duas vezes, mas não de forma consecutiva.
O feito de Neco Padaratz ganhou ainda mais repercussão por ter acontecido em Sunset Beach, no Havaí, onde os brasileiros se deram muito bem. O paulista Renan Rocha e o pernambucano Bernardo Pigmeu ganharam a briga pelas duas últimas vagas na lista dos 15 surfistas que neste momento estão se classificando para o milionário ASP World Championship Tour (WCT). Porém, oficialmente eles ainda não estão confirmados e a relação dos top-42 da elite mundial de 2005 só será definida no Masters, que fecha a temporada nos dias 8 a 20 de dezembro em Banzai Pipeline, também na Ilha de Oahu, no Havaí.
A disputa do título mundial foi iniciada em três confrontos seguidos nas oitavas-de-final. No primeiro, os havaianos Andy Irons e Daniel Jones barraram o sul-africano Greg Emslie e o brasileiro Fábio Gouveia também acabou eliminado. Era menos um no caminho de Neco e de alívio para o pernambucano Bernardo Pigmeu, que com a saída de Fabinho foi confirmado na 20.ª posição no ranking final do WQS 2004 e na última vaga na lista provisória dos 15 classificados para o WCT de 2005.
Neco Padaratz entrou na bateria seguinte e começou bem, com uma nota 7,5, que foi decisiva para superar o local de Sunset Beach, Pancho Sullivan, na disputa vencida pelo hexacampeão mundial Kelly Slater. O seu único adversário na corrida do título era o australiano Phillip MacDonald, que não encontrou dificuldades para superar o jovem havaiano Ian Walsh e o japonês Masatoshi Ohno. Com as classificações, os dois avançaram para um confronto direto nas quartas-de-final.
O catarinense novamente abre a bateria com uma boa onda, nota 7,33, mas logo o havaiano Frederick Patacchia destrói uma ótima direita e arranca uma nota 9 dos juízes. O favorito Kelly Slater não conseguiu uma boa sintonia com as poucas séries que apareciam, todavia na metade da bateria Phillip MacDonald entra na briga com uma nota 8,6. Quando restavam 10 minutos, o australiano encontrou outra boa onda e recebe 6,73 pontos para roubar a segunda posição de Neco Padaratz, que ainda tentou reverter o resultado, porém não entrou nenhuma outra série com qualidade até o término da bateria.
Phillip MacDonald ganhou a batalha, mas a guerra continuava para ele, que precisava terminar entre os dois primeiros colocados para poder tirar o bicampeonato mundial do brasileiro. E o anúncio oficial do feito inédito de Neco Padaratz veio na penúltima bateria, quando o australiano acabou eliminado pelo seu compatriota Joel Parkinson e pelo havaiano Frederick Patacchia na segunda semifinal.
Desde que surgiu no cenário internacional, o irmão mais jovem do ex-top do WCT Teco Padaratz sempre foi apontado como o brasileiro que poderia dar um título mundial para o Brasil e este já é o segundo que Neco Padaratz conquista no WQS, mas ainda falta o do WCT.
"Brazucas" podem ser dez no WCT do ano que vem
São Paulo (Ag. Placar) -O Brasil poderá ser representado por até dez surfistas no WCT, a principal divisão do surfe mundial, em 2005, segundo divulgou ontem a ASP Surf South America. Depois da final do WQS (divisão de acesso) em Sunset Beach (Havaí), o País ficou com sete surfistas confirmados na lista provisória dos top-42 para o WCT 2005.
O paranaense Peterson Rosa e o pernambucano Paulo Moura confirmaram suas permanências pelo ranking principal. O carioca Raoni Monteiro ocupa o 25.º lugar entre os top-27 do WCT, mas está tranqüilo com a quinta posição no WQS. O catarinense Neco Padaratz, que na sexta-feira foi bicampeão do WQS, e o potiguar Marcelo Nunes também estão garantidos pela divisão de acesso, que também está apresentando duas novidades para o próximo ano, o retorno de Renan Rocha e um provável estreante, Bernardo Pigmeu.
Dos oito que representaram o Brasil na elite mundial neste ano, cinco estão confirmados para 2005. Victor Ribas e Guilherme Herdy ainda têm grandes chances de garantir suas permanências no Masters de Banzai Pipeline, na Ilha de Oahu, no Havaí (de 8 a 20 deste mês) e se isso acontecer, o baiano Armando Daltro ainda pode ganhar uma vaga pelo WQS, pois terminou em 21.º lugar na classificação geral deste ano, com somente 36 pontos abaixo de Bernardo Pigmeu, o último que está se classificando para o WCT de 2005. Assim, matematicamente, o Brasil ainda pode ter dez representantes na elite do surfe em 2005.