O corte de dois atletas da natação – Rodrigo Castro e Ana Carolina dos Santos – ainda está sendo digerido pela equipe brasileira que se aclimada em San Luis de Potosi, na fase final da preparação para os Jogos Pan-Americanos que começam na próxima sexta-feira em Guadalajara. De acordo com Ricardo de Moura, coordenador técnico da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), a natação do Brasil vai responder ao corte dentro da piscina.
“Vamos redobrar as forças e sair daqui (San Luis de Potosi) fortalecidos. Estamos indo para Guadalajara com espírito de guerra, no bom sentido. A forma mais eficaz de demonstrar a insatisfação é dentro da piscina”, disse Moura. De acordo com ele, a equipe “já assimilou o golpe”.
O coordenador da CBDA relevou ter sido difícil dar a notícia a Rodrigo e Ana Carolina, que já estavam treinando em San Luis de Potosi e, mesmo convidados a permanecerem com a equipe, optaram por voltar imediatamente ao Brasil. “Os dois choraram. Um por dentro e a outra por fora, mas ninguém chorou mais que a seleção brasileira. Dar essa notícia foi uma das coisas mais difíceis da minha vida e olha que esse ano tem sido difícil”, comentou Moura, em referência ao episódio de doping de Cesar Cielo e outros três nadadores brasileiros, revelado em julho.
Ainda de acordo com Ricardo de Moura, um protesto formal contra a decisão do Comitê Organizador não levaria a nada. “O foco vai ser fazer a melhor campanha possível na natação”, apontou ele.
O corte foi determinado pelo Comitê Organizador porque o limite de nadadores inscritos foi excedido e porque a Vila Pan-Americana não tem condições de receber todos os atletas inscritos. Moura rechaçou a hipótese de o COB contornar a decisão pagando hotel para os cortados. “Se fosse uma competição que fosse decidir a vida deles, tudo bem, mas essa revolução não seria benéfica”, alegou.
A escolha por Rodrigo e Ana Carolina foi essencialmente técnica, de acordo com a CBDA. Eles não conquistaram índice para provas individuais e estavam inscritos apenas nos revezamentos 4×200 metros livre, provas em que o Brasil teve o seu pior desempenho nos Jogos Olímpicos de Pequim. Os dois devem ser substituídos nos revezamentos por outros atletas que irão a Guadalajara com índices individuas.