São Paulo – Longe de sequer pensar numa renúncia, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Nelson Nastás, ainda espera que Gustavo Kuerten possa voltar atrás e defender o Brasil na Copa Davis, diante do Paraguai, de 9 a 11 de abril. “Acredito que o Guga vá refletir sobre o assunto”, disse o dirigente ontem, depois de seis dias de silêncio em meio a uma das maiores crises do esporte.
Para o presidente da CBT, os últimos acontecimentos, como a invasão da sede da entidade pela polícia, não passaram de “atitudes politiqueiras” e está confiante na possibilidade de manter o seu mandato até o final do ano.
“Não sei exatamente do que o Guga está reclamando”, afirmou Nastás. “Estamos com uma equipe juvenil no circuito Cosat (sul-americano) e outras seis jogadoras na Europa em busca de pontos no ranking para que possam se qualificar para as Olimpíadas. Tudo pago pela CBT. O meu erro é não saber fazer marketing, mas estamos trabalhando para a formação de novos jogadores.”
Nastás acredita que uma negociação com os jogadores possa convencê-los a disputar a Davis. No caso de Guga, ele já advertiu que não lhe passou pela cabeça deixar de indicá-lo para as Olimpíadas de Atenas, mesmo porque a convocação deve seguir o ranking mundial.
Enquanto a situação não se resolve, Nastás está estudando a possibilidade de chamar um outro capitão para o time brasileiro, que teria a missão de formar uma equipe contra o Paraguai. Está afastada também a possibilidade de um WO – não-comparecimento. As repercussões para um caso desses seriam drásticas: o Brasil estaria suspenso por um ano da Davis, além de receber multa para ressarcir as despesas do adversário.
Com poucas chances de Guga, Flávio Saretta, André Sá e Ricardo Mello voltarem atrás, o novo técnico teria uma missão e tanto, colocando em quadra jogadores sem grande nível, apenas para o Brasil não sofrer as consequências do WO. Para este caso, os organizadores do evento já estariam procurando um clube em São Paulo para realizar o confronto, no lugar da Costa do Sauípe, descartada desde a ausência dos principais tenistas.
Oposição
Enquanto isso, o grupo de oposição, liderado por Jorge Lacerda Rosa, da federação catarinense, ainda tem esperanças de destituir o presidente da CBT, através de uma assembléia extraordinária. Ontem já teria conseguido um número expressivo de votos para isso. Nastás, por sua vez, prefere relevar todos essas ações como um oportunismo político.
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