Quase que o Coritiba fica sem o seu capitão. Reginaldo Nascimento esteve a pique de ser ?seduzido? por uma proposta do Corinthians.
Até a metade da tarde de ontem, o zagueiro ficou muito perto do Parque São Jorge. Mas, depois de uma reunião a portas fechadas no Couto Pereira, o presidente Giovani Gionédis e o gerente Oscar Yamato conseguiram convencer Nascimento a permanecer no clube. Parecia o início de um ?desmanche? no Alto da Glória.
Reginaldo seria o primeiro de uma lista que incluiria Tuta e Luís Mário, que têm cláusulas em seus contratos que permitem a saída do Coxa caso haja alguma proposta vantajosa do exterior. A situação do capitão coxa era diferente. “Ele foi pego no apagar das luzes dos tais seis jogos”, comentou o presidente alviverde, já que o jogador disputou seis partidas no Campeonato Brasileiro – e, por conta disso, ainda poderia ser negociado.
O interesse do Corinthians foi surpreendente. “Parece que o Marquinhos se lesionou, e isso fez com que viessem atrás do Nascimento”, contou o técnico Antônio Lopes. A notícia fez o Couto Pereira fervilhar. Lopes, normalmente contido até mesmo nas cobranças, estava nervoso, até pelo fato de ter ficado sem zagueiros – o capitão alviverde não apareceu para treinar. Esmerode começou o coletivo como titular, e depois foi substituído por Juninho.
A calma só voltou com a intervenção de Gionédis. “O Reginaldo não vai sair do Coritiba. Ele é um jogador com uma marca muito forte, está há sete anos no clube, e sempre teve uma relação muito limpa conosco. Por isso ele conversou comigo antes de qualquer coisa, para que não soubéssemos do interesse do Corinthians pela imprensa”, afirmou.
Segundo o presidente, a proposta do Timão não era das mais interessantes, financeiramente. “Pelo que nos foi dito, não haveria problemas. Mas conversamos, e o Reginaldo vai ficar”, disse Gionédis, que garantiu não ser necessária uma equiparação salarial. “Todo o elenco tem contratos fechados, e que não necessitam de reajuste”, resumiu.
Com isso, Nascimento (que não foi encontrado para comentar o caso) está escalado por Antônio Lopes para enfrentar o Grêmio, amanhã, às 16h, no Olímpico. “Isso só prova que ele, como zagueiro, está fazendo um ótimo trabalho. E mostra que a nossa decisão de colocá-lo nesta função foi correta”, finalizou o treinador coxa.
Perigo
Já Luís Mário confirmou a proposta do Vitória de Guimarães, que ofereceu 40 mil euros por mês de salário. “Não me seduziu, porque acho que posso receber propostas melhores. E eu ganho muito bem no Coritiba”, disse o “Papa-léguas”, que terá uma reunião na terça-feira com Gionédis, o vice Domingos Moro e o procurador Keith Losov, para definir seu futuro.
Esmerode treina no time de cima
Pepo na lateral? Não. Ricardo no meio? Sim. As duas improvisações mais trabalhadas por Antônio Lopes durante a semana tiveram finais diferentes. O volante, que treinou desde terça entre os titulares, acabou sendo sacado, com Rafinha sendo confirmado. E o lateral será mesmo o armador do Coritiba no jogo de amanhã contra o Grêmio.
A definição de Lopes aconteceu depois do agitado coletivo de ontem. Sem Reginaldo Nascimento, que negociava seu futuro, o treinador coxa teve que escalar Esmerode e Juninho ao lado de Miranda. A formação defensiva não funcionou, e Miranda foi o mais ?alvejado? pelas reclamações do Delegado. “Está certo, eu tinha que comandar a marcação”, explicou o zagueiro.
Mas sobrou para Pepo. Talvez pensando na marcação do veloz Marcelinho (titular da seleção brasileira de juniores), Lopes preferiu manter Rafinha no time. “Ele jogou bem contra o São Caetano, não comprometeu e merece jogar”, afirmou o treinador alviverde. “Espero confirmar a confiança do professor Lopes”, festejou o jovem lateral-direito.
No meio-campo, os ?especialistas? Alexandre Fávaro, Rodrigo Batata e Ricardo Malzoni foram preteridos pelo técnico, que decidiu escalar o lateral-esquerdo Ricardo. “Ele já jogou nessa função, e pode auxiliar mais o Adriano. Nos treinos o Ricardo foi muito bem”, elogiou Lopes. “Eu joguei muito pouco nessa função, mas acho que os trabalhos dessa semana me ajudaram muito”, resumiu o agora armador coxa – e substituto de Aristizábal.
Aristizábal e Vagner absolvidos nos tribunais
Aristizábal passou ileso por mais um julgamento. O atacante do Coritiba foi absolvido ontem, no Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná, da acusação de agressão ao zagueiro Alessandro Lopes, do Atlético, na finalíssima do Campeonato Paranaense. Ele corria, pela segunda vez na temporada, o risco de sofrer uma punição severa, que chegaria a 540 dias.
Mas, assim como no primeiro julgamento (da agressão ao zagueiro Tiago Soler, então no Rio Branco e hoje no Coritiba), o jogador passou incólume pelo banco dos réus. Não só ele, como o árbitro Marcos Tadeu Silva Mafra e a entidade Atlético, que também foram indiciados por supostos incidentes na decisão do Paranaense, disputada em 18 de abril.
O zagueiro Vágner, julgado no STJD, também foi absolvido. Ele, que foi defendido pelo vice-presidente Domingos Moro, corria o mesmo risco de Ari, por causa da suposta agressão a Dagoberto no Atletiba de 2 de maio, na quarta rodada do Brasileiro. Em outro julgamento no Rio, o Santo André não conseguiu reaver os doze pontos que perdera por causa da utilização irregular de jogadores.