"Agora eu sou zagueiro." O capitão do Coritiba Reginaldo Nascimento parece ‘cheio’ das citações sobre sua improvisação na defesa. Mais uma vez escalado na defesa, desta vez para a partida contra o Juventude, amanhã, às 18h10, no Couto Pereira, o jogador quer encerrar a polêmica, deixando claro que se considera realmente um zagueiro.
Volante de origem, Nascimento foi passado para a zaga por Paulo Bonamigo, mas foi na "era Antônio Lopes" que ele se fixou de vez na defesa. E foi neste mesmo período que iniciaram as cobranças. "Eu sou profissional, sou escalado onde o treinador mandar. Já joguei de lateral-direito, lateral-esquerdo. E agora eu me considero mais um zagueiro, pois é nessa posição que eu estou jogando há um bom tempo", comenta o capitão coxa.
Mesmo assim, Nascimento continua sendo alvo de críticas. E confessa que desta vez ficou chateado. "Eu acho que as pessoas não sabem o que acontece no dia-a-dia. Ouvi falarem que eu estou jogando só com o nome", desabafa. "Ano passado, quando fui para o meio da área, a defesa do Coritiba foi a terceira menos vazada no Brasileiro", lembra.
A principal restrição ao capitão alviverde está nas jogadas aéreas – o que ficou exacerbado com os cinco gols sofridos pelo Coxa desta maneira no Brasileiro. "Os treinadores pensaram, talvez, em ter mais velocidade na defesa. Só que acontece um lance do outro lado da área, sai o gol de cabeça e dizem que a culpa é minha", resume Reginaldo, que não entende por que a polêmica continua. "Estou há tanto tempo na função e ainda falam."
Ele reconhece que prefere jogar como volante, mas confirma que deixou Cuca à vontade para escalá-lo na posição que quiser. "Eu falei para ele que me sinto à vontade para atuar onde ele achar melhor", diz Nascimento. "E não podemos esquecer que o Márcio Egídio está em uma grande fase, merece ser o titular na posição de volante", completa o capitão.
Nascimento confessa que não se vê mais apenas como meio-campista. "São alguns anos na defesa, acho que não posso mais pensar em ser apenas volante. Aqui no Coritiba, se eu quiser ficar no meio, vou ter que disputar posição com o Egídio, e na defesa com Vágner, Miranda, Flávio, Alexandre e Allan", afirma.
Time
Cuca segue sem confirmar a equipe, mas ontem treinou novamente com Souza no meio e apenas Reginaldo Nascimento e Miranda na zaga. "Eu vou precisar ter algumas soluções para sair da marcação. Vai ser necessária muita criatividade", explica o treinador alviverde, que só vai anunciar a equipe momentos antes dela entrar em campo.
Cuca quer o time pra cima do Juventude
Apesar de não confirmar a equipe, o técnico Cuca deixa cada vez mais claro que vai colocar o Coritiba no ataque contra o Juventude. Ele está preocupado com a marcação do time gaúcho e com isso pode aumentar o poder ofensivo da equipe, provavelmente com a entrada de Souza no lugar de Vágner. Mesmo assim, ele não deixará de montar uma estrutura com três defensores.
No coletivo de ontem, realizado no CT da Graciosa, Cuca montou o Coxa em um 4-4-2, mas Márcio Egídio recuava para marcar sempre que necessário. ?Se precisar, a gente faz. Não muda muito a função, já que a gente está no setor de marcação?, explica o volante. ?Nós temos que cuidar com o contra-ataque deles, que é muito perigoso?, ressalta o técnico.
Por causa desta medida, Vágner pode começar jogando, apesar de o time ter treinado ontem sem ele. ?Eu ainda quero pensar mais.
Tem estas duas situações e eu não quero dar armas para o Ivo (Wortmann). Mas eles já sabem quem vai jogar?, avisa Cuca, citando o treinador do Juventude. ?Ele está mais do que certo em fazer isto. O Ivo é muito estudioso e qualquer coisa que sair daqui será aproveitada?, concorda Reginaldo Nascimento.
Mas o treinador coxa não esconde que quer colocar o time mais à frente. ?Vai ser um jogo de muita marcação e nós sabemos que teremos necessidade de criar espaços. Por isso preciso ter uma equipe de muita criatividade?, diz Cuca, abrindo caminho para a escalação de Souza. ?Ele ainda não passou nada oficial, mas estou pronto para jogar?, tenta desconversar o meio-campista.