‘Não podemos desapontar os fãs de futebol’, avisa Valcke

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, voltou a cobrar o Brasil por conta do atraso na entrega dos estádios para a Copa do Mundo, que começa no dia 12 de junho. Em vídeo publicado nesta quinta-feira no site da entidade, ele lembrou que ainda falta inaugurar três sedes de jogos (Itaquerão, Arena Pantanal e Arena da Baixada), criticou especificamente a falta de pavimentação em torno do Beira-Rio, ressaltou que a Fifa nunca pediu dinheiro ao governo brasileiro e faz um alerta: “Não podemos desapontar os fãs de futebol”.

No vídeo, Valcke responde a uma série de perguntas sobre a preparação para a Copa. Na primeira delas, quando questionado sobre a satisfação pela entrega da Arena Amazônia – um dos 12 estádios do Mundial -, que teve recebeu seu primeiro jogo no domingo passado, ele deixou claro que, por conta dos atrasos, o Brasil não tem muito a comemorar.

“Para ser honesto, a boa notícia teria sido receber os estádios em dezembro de 2013 e não em março de 2014. Agora, a boa notícia é que nós podemos trabalhar nas questões técnicas que precisamos para a Copa do Mundo. Nós recebemos os estádios e precisamos aprontá-los para a Copa”, respondeu Valcke, lembrando da necessidade de a Fifa receber os estádios com antecedência para, entre outras coisas, checar se a disposição das cadeiras está de acordo com os ingressos que foram vendidos.

A crítica mais direta, porém, recaiu sobre Porto Alegre, cidade que ainda discute como irá realizar as obras ao redor do Beira-Rio. “Fora do estádio não existe pavimentação. Não podemos instalar toda a estrutura de TV e os centros de hospitalidade sem pavimentação. Estamos falando mas de 140 mil metros quadrados, o que leva de dois a três meses para fazer. E estamos a três meses da Copa”, lembrou Valcke. “Não é apenas a Fifa que está numa corrida, é o Comitê Organizador, o governo e todas as cidades, que ainda têm que correr com seus estádios e a infraestrutura para estarem prontas para a Copa.”

Na tentativa de responder a uma das críticas que marcaram os protestos de rua contra a realização da Copa, Valcke reafirmou que a Fifa não está recebendo dinheiro do governo brasileiro – pelo contrário, está investindo no País – e lembrou que cabe ao Brasil criar um legado.

“Não é só o que a Fifa está fazendo, mas o que as sedes fizeram para beneficiar as pessoas que moram nas cidades. Existirá um legado, assim como aconteceu com a Alemanha em 2006. O País recebe hoje, eu acho, cinco milhões de turistas (ao ano) e tem infraestrutura e potencial para receber mais turistas e ser um país para onde as pessoas queiram ir. A Copa é o primeiro atrativo para isso”, comentou o dirigente, principal encarregado na Fifa pela organização do Mundial.

“Fifa não está usando nenhum dinheiro público. O que a Fifa injeta no país é por volta de US$ 800 milhões. O custo para a Fifa é de US$ 1,3 bilhão. A Fifa não está pedindo ajuda financeira para as autoridades do Brasil. O que for gasto irá continuar no Brasil. É gasto com infraestrutura, que não vamos tirar do Brasil quando formos embora depois da final”, completou Valcke.

No fim, cobrou que as autoridades envolvidas na organização da Copa não desapontem os fãs de futebol, que esperam quatro anos pelo Mundial. “Estamos trabalhando para que, ao fim da Copa, todos os 32 times digam que foi a melhor Copa, que tudo foi perfeito. Que elogiem o local de treinos, os locais que jogaram, a organização. Quero ter certeza de que as centenas de milhares de pessoas que viajarem para o Brasil tenham seus melhores momentos. Ter certeza que todos nos estádios não encontrarão problemas. Não podemos desapontar os fãs de futebol. A Copa do Mundo é o maior evento de futebol a cada quatro anos. Meu trabalho é ter certeza que Brasil, Fifa e Comitê Organizador vão dar esse diamante para o mundo”, finalizou Valcke.

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