Ilídio Lico, presidente da Portuguesa, reafirmou a intenção de acionar a Justiça comum para reaver a vaga do time na Série A do Campeonato Brasileiro. “Quando alguém se sente injustiçado, é natural que procure seus direitos na Justiça. Se a Portuguesa errou, a CBF também cometeu erros. Por isso, um tribunal deve decidir”, disse o dirigente.
Na noite desta terça-feira, o presidente vai defender sua posição em uma reunião com representantes do Conselho de Orientação Fiscal e do Conselho Deliberativo da Portuguesa para definir a posição oficial do clube. Ilídio defendeu a entrada na Justiça comum na noite desta segunda-feira em São Paulo, em um evento do Movimento por um Futebol Melhor, ação da iniciativa privada que busca aumentar o número dos sócios dos clubes oferecendo descontos em vários produtos.
No final do ano passado, o STJD puniu a Portuguesa e o Flamengo com a perda de quatro pontos pela escalação irregular do meia Héverton e do lateral André Santos, respectivamente. A decisão causou o rebaixamento da Portuguesa e recolocou o Fluminense na Série A.
A partir disso, dezenas de ações foram protocoladas por torcedores na Justiça alegando o descumprimento do Estatuto do Torcedor no rebaixamento. De acordo com o Estatuto, as punições devem ser publicadas no site da CBF com antecedência, o que não aconteceu. A CBF, por sua vez, conseguiu cassar todas as liminares alegando que os torcedores não têm legitimidade para defender os interesses da Portuguesa.
Antes de tomar a iniciativa, a Lusa ainda tem uma alternativa: aguardar o parecer da Justiça em relação às investigações o Ministério Público de São Paulo, que abriu um inquérito para verificar irregularidades no rebaixamento. Na semana passada, o MP entrou com uma ação civil pública pedindo a anulação do julgamento do STJD. A decisão deve sair ainda esta semana. “Essa também é uma alternativa que temos de avaliar. Tenho muita confiança no trabalho da promotoria”, explicou Ilídio.
A Portuguesa enfrenta uma grave crise financeira, agravada pela execução de um dívida de R$ 40 milhões do Banco Banif, o principal parceiro do clube. Sem dinheiro para investir, o clube perder vários jogadores no final do ano passado. Ilídio afirma que os R$ 21 milhões dos direitos de transmissão que receberia para disputar a Série B não são suficientes para equilibrar as finanças do clube. “É impossível disputar a Série B também do ponto de vista financeiro”, revelou.