São Paulo – A seleção brasileira masculina de vôlei desembarca hoje cedo em São Paulo e terá apenas três dias de folga para comemorar o tetracampeonato da Liga Mundial. Em seguida, o grupo se apresenta em Saquarema, onde deve fazer dois amistosos diante da Venezuela ou de Cuba. As partidas servirão também para testar Nalbert. O ponta está parado há quatro meses por causa de uma cirurgia no ombro esquerdo, mas já está treinando. Dia 3 de agosto o grupo deixa o Brasil para dois amistosos com a França, em Bordeaux, e segue direto para Atenas – onde fará a estréia dia 15, diante da Austrália.
Ficar longe dos treinos coletivos e dos jogos é o que mais incomoda Nalbert, o capitão da seleção. Enquanto isso, ele tenta acertar sua volta ao Brasil, após cinco anos jogando no exterior. A maior possibilidade é que depois dos Jogos Olímpicos de Atenas ele atue no Banespa, embora haja um convite do Telemig/Minas. “Depois de cinco anos jogando fora, quero mesmo é voltar para casa. Sou bicho do sol, preciso de praia. Passei muito tempo no frio, na neve”, diz o carioca, que daqui alguns anos seguirá para o vôlei de praia.
A contusão que o tirou da Liga Mundial, no ombro esquerdo, o atormentou, mas fez com que ganhasse mais motivação dentro do grupo. “Comecei (no fim de junho) um trabalho de fortalecimento dos músculos do ombro, e já estou trabalhando quase normalmente – só não posso tomar impactos muito fortes. Sinto limitações em alguns movimentos, e apesar de estar me recuperando bem, ainda tem um prazo cirúrgico que tenho de cumprir. Não posso queimar etapas, ainda existe um risco grande de romper o tendão (supra-espinhoso), novamente”, explica.
Sobre a volta ao Brasil, o ponta comenta com alegria: “Fui para o Exterior com objetivos, e a única frustração foi não ter conquistado um scudetto (o título do campeonato italiano). Fora isso, ganhei duas vezes a Copa Itália. Mas nada é perfeito.”
Grand Prix
A equipe do técnico José Roberto Guimarães já está em Jeju, na Coréia do Sul, onde disputará a terceira semana do Grand Prix, diante de Coréia, Japão e Cuba, pelo grupo I. As brasileiras já estão classificadas para a fase final, de 28 a 1.º de agosto, em Reggio Calabria, na Itália.
O jogo do tetra na Liga Mundial
A invencibilidade que começou na primeira fase, em um grupo, foi até o final da Liga Mundial para a seleção brasileira de vôlei masculino. A equipe do técnico Bernardinho fez domingo, em Roma, aquilo a que mais está acostumada nos últimos anos: levantou o troféu. Diante dos donos da casa, o Brasil marcou 3 sets a 1, com parciais de 27/25, 25/19, 25/27 e 25/17, e conquistou seu quarto título da competição – os outros foram em 1993, 2001 e 2003. Foi a 15.ª vitória consecutiva do time somente na Liga deste ano, e o 11.º título de Bernardinho em 14 torneios à frente da equipe masculina.
Apesar da supremacia e de mais uma conquista, o treinador não quis saber de euforia. Comemorou contidamente e suas palavras foram mais de preocupação com as Olimpíadas de Atenas, em agosto, do que alegria com o desempenho. “Não dá nem para comemorar muito, porque agora já vêm os Jogos Olímpicos. É tomar um pouquinho de vinho hoje (domingo) e já pensar nos erros que precisamos corrigir”, disse o obcecado treinador após o jogo.
A Seleção não contou com Giovane na decisão, pois o atacante de ponta se recuperava de uma lesão na panturrilha. Ontem, antes do embarque para retornar, o time ainda treinou em Roma.
Para Fernanda, união é segredo
Um dos destaques da equipe que segue invicta no Grand Prix, a levantadora Fernanda Venturini acompanhou pela internet a final da Liga Mundial, na qual o marido Bernardinho conquistou o título. Ontem a seleção feminina deixou Manila e desembarcou na Coréia do Sul para a disputa da terceira etapa do GP, que terá início na quinta-feira contra o Japão.
“Assisti ao jogo ponto a ponto pelo site da Federação Internacional. Além disso, através da câmera do meu computador, pedi para a minha amiga Fernanda do Brasil, aumentar a televisão e fiquei vendo alguns lances e ouvindo a narração da partida. Foi muito legal”, conta a levantadora.
No aeroporto de Seul, Fernanda foi correndo para a internet acompanhar as matérias da vitória da equipe de Giba, Giovane & Cia. Ela ainda não conseguiu parabenizar o marido pelo 11.º título conquistado à frente da seleção masculina.
Fernanda lembrou que o segredo da equipe de Bernardinho está na união. “O essencial de um grupo vencedor é a união. Esta equipe do Bernardo mostra isso. Eles sabem que não é somente uma peça que faz diferença, mas sim o todo, o grupo. Um sempre ajuda o outro e isto é o diferencial deles com relação aos outros adversários. Além disso, eles estão psicologicamente bem preparados.”