Rafael Nadal ergueu pela 11ª vez o troféu de Roland Garros neste domingo. Incansável no saibro de Paris, o espanhol selou a nova conquista com uma boa vitória sobre o austríaco Dominic Thiem, atual número oito do mundo, pelo placar de 3 sets a 0, com parciais de 6/4, 6/3 e 6/2. O rival de 24 anos fez apresentação razoável, mas não resistiu à supremacia do número 1 do mundo em seu piso favorito.
Com mais uma aula de tênis no saibro, Nadal ampliou seu recorde de títulos em Roland Garros. Nenhum outro tenista da história conquistou 11 troféus no mesmo Grand Slam no masculino – no feminino a australiana Margaret Court venceu 11 vezes no Aberto da Austrália. No geral, o espanhol chegou ao 17º título de Slam, aproximando-se novamente do recordista Roger Federer, que soma 20.
Superior ao longo de toda a partida decisiva, Nadal confirmou sua hegemonia no saibro. Dos últimos dez torneios disputados na superfície, nos últimos dois anos, ele foi campeão em oito deles. O “Rei do Saibro” só foi batido justamente por Thiem, por duas vezes (uma em cada temporada), o que já lhe valia um precoce apelido de “Príncipe”, por seguir os passos do rival.
Porém, seu nervosismo, seus 42 erros não forçados e a grande forma vivida por Nadal acabaram com o seu sonho de conquistar o primeiro Grand Slam, logo em sua primeira final. O espanhol fechou o jogo mesmo após receber atendimento médico em quadra por três vezes no terceiro set.
O JOGO – Nadal e Thiem entraram em quadra com estratégias semelhantes: explorar o backhand do rival, que é o ponto mais fraco de ambos os tenistas. Além disso, o austríaco estava disposto a mostrar agressividade para tentar surpreender nos games de saque do favorito. Não deu certo.
O espanhol de 32 anos tirou vantagem do nervosismo do oponente nos primeiros pontos e não teve dificuldade para faturar a primeira quebra de saque do jogo no segundo game. Thiem, tentando se acalmar, se manteve firme e devolveu a quebra logo na sequência, para alegria da torcida, que queria jogo.
A quebra surpreendeu porque o multicampeão vinha de 15 break points salvos seguidamente, desde o jogo contra o argentino Diego Schwartzman, nas quartas de final, passando ileso pelo argentino Juan Martín Del Potro na semifinal.
A partida, então, ganhou nível elevado, com belas trocas de bola, boas variações e efeito nos golpes, num típico e grande jogo de saibro. Thiem seguiu sólido até o décimo game, quando cometeu todos os erros que podia e permitiu a quebra de Nadal, que fechou o set.
O início do segundo set teve roteiro semelhante ao do primeiro. Mas, desta vez, o austríaco não devolveu a quebra obtida no segundo game pelo espanhol. Oscilando em seus games de saque, Nadal correu risco de perder o serviço, mas Thiem não aproveitou as oportunidades. O líder do ranking segurou as investidas do rival e fechou mais um set.
Ganhando cada vez mais confiança, o espanhol voltou a pressionar o serviço do rival no terceiro game do terceiro set. Thiem se defendeu como podia, mas não resistiu ao maior volume de jogo do favorito. Em seguida, voltou a perder o serviço. Com as quebras, Nadal não teve problemas para sustentar a vantagem mesmo depois de receber atendimento médico em quadra por três vezes em razão de dores no braço esquerdo.
No game final, as dores aparentemente atrapalharam o rendimento do espanhol. Ele precisou de cinco match points para fechar o jogo, após 2h42min. Nadal registrou 24 erros não forçados, contra 42 do austríaco. E disparou 26 bolas vencedoras, diante de 34 de Thiem. No retrospecto geral em Roland Garros, o número 1 do mundo ostenta agora 86 triunfos e apenas duas derrotas.