Depois de encarar nesta sexta-feira uma verdadeira batalha de quase cinco horas com o búlgaro Grigor Dimitrov e triunfar após cinco sets e muito sofrimento em Melbourne, Rafael Nadal agora tem como principal prioridade descansar o corpo e se recuperar plenamente para a final histórica que fará neste domingo, às 6h30 (de Brasília), com o suíço Roger Federer, contra quem decidirá o título do Aberto da Austrália.

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Para ir à decisão do Grand Slam, Federer também precisou jogar cinco sets em outra semifinal desgastante contra o seu compatriota Stan Wawrinka. Porém, a sua partida aconteceu um dia antes, na quinta-feira, o que o coloca com uma teórica vantagem física sobre Nadal, pois teve esta sexta e ainda contará com o sábado para se recuperar.

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O atual nono colocado do ranking mundial, porém, evitou criticar a organização do Aberto da Austrália por programar as semifinais masculinas em dias diferentes. “Não há problema. Para mim é justo. É verdade que se você joga uma partida como a de hoje, provavelmente estará em desvantagem, mas é uma situação especial. Não posso reclamar disso, acho que está bom”, afirmou Nadal, que em seguida lembrou de outro Grand Slam como exemplo negativo no qual viveu situação física pior do que esta por causa de um intervalo muito curto de tempo entre duas partidas importantes.

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“Para mim é muito mais injusto quando você joga no US Open em dois dias seguidos, pois assim sim você está em uma grande desvantagem. Se você joga uma partida como jogamos hoje, provavelmente no dia seguinte você está morto. Não há chance de se recuperar. Lá (no Grand Slam em Nova York) há mais desvantagem do que aqui. Por isso, não posso dizer que seja injusto”, completou.

Nadal liquidou Dimitrov em um jogo que teve dois tie-breaks e parciais apertadas de 6/3, 5/7, 7/6 (7/5), 6/7 (4/7) e 6/4. Agora, contra Federer, tem tudo para travar outra longa batalha, mas, independentemente da questão física, chegará com a confiança de quem ganhou 23 dos 34 confrontos que travou com o suíço até hoje.

Maior vencedor de títulos de Grand Slam, com 17 taças, Federer tem Nadal como o grande algoz da sua carreira. O lendário tenista já caiu diante do espanhol em seis de oito finais da série de quatro torneios mais importantes do circuito profissional. A última delas foi em 2011, quando foi batido em Roland Garros.

Apesar disso, Nadal preferiu colocar Federer como protagonista maior do duelo deste domingo ao afirmar nesta sexta-feira que será um “privilégio” poder voltar a encarar o suíço em uma decisão importante como essa. “É algo muito especial, e acho que seja para nós dois o fato de voltar a uma final de um grande torneio e ter a oportunidade de competir um contra o outro depois de dois anos de problemas”, ressaltou o espanhol, se referindo às várias lesões que ambos os tenistas enfrentaram e atrapalharam suas últimas temporadas.

Ex-líderes do ranking, Nadal e Federer ocupam hoje as respectivas 9ª e 17ª posições da ATP. E, longe da melhor fase de suas carreiras, ambos admitiram após as semifinais que não esperavam que poderiam se enfrentar nesta decisão na Austrália, onde o britânico Andy Murray e o sérvio Novak Djokovic abriram campanha como principais favoritos antes de serem eliminados de forma precoce.

“Acho que nenhum de nós nunca pensamos que iríamos nos encontrar de novo na final do Aberto da Austrália, mas seguimos aqui, lutando, isso é o mais importante e o que faz este jogo especial. Agora tenho de me recuperar e descansar bem”, disse Nadal, que tem 14 títulos de Grand Slam, sendo o último deles obtido em 2014, quando ganhou Roland Garros pela nona vez.

Campeão em 2009 na Austrália, quando superou justamente Federer na decisão, Nadal também eliminou o suíço nas semifinais de 2012 e 2014, anos em que acabou derrotado no jogo que valeu o título. Já o recordista de títulos de Grand Slam é tetracampeão em Melbourne, onde triunfou em 2004, 2006, 2007 e 2010. Porém, não ganha uma taça desta importância desde 2012, quando faturou o heptacampeonato de Wimbledon.