Todo atleta de sucesso tem suas manias e superstições antes e depois de competir. Mesmo que neguem, todos eles têm sua própria maneira de manter motivação e concentração elevadas antes de competições importantes imaginem em Jogos Olímpicos. César Cielo, que em Pequim faz sua primeira participação olímpica, não poderia ser diferente.

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Todo mundo sabe que o nadador se estapeia todo até ficar vermelho antes de entrar na piscina. “É a minha maneira de acordar, de me manter focado”, afirma Cielo. Mas para os Jogos de Pequim, o atleta achou a trilha sonora perfeita antes de competir: a música tema do reality show “The Contender”.

A série de tevê é apresentada pelo ex-boxeador Sugar Ray Leonard, onde pugilistas amadores se enfrentam até a definição de um só campeão. Na primeira temporada, a série teve a participação de Sylvester Stallone. Um dos compositores desta música é Hans Zimmer, que também criou a trilha sonora de filmes como “Gladiador” e “O Rei Leão”, com o qual faturou o Oscar.

“Para a prova dos 50m livre tenho de entrar pilhado, subir na baliza já pegando fogo. É para acordar o corpo mesmo, por isso que me estapeio. Não é um ritual, mas tem trilha sonora, a música de abertura da série ‘The Contender’, que eu escuto direto antes da prova e vou pilhado”, garante.

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O método de concentração tem dado certo, já que ele mal esperava entrar na final dos 100m livre e na noite de 4.ª-feira ele faturou o bronze. Cielo foi o mais veloz na largada, na virada dos 50m já era o terceiro e com 47s67, conquistou o bronze atrás do francês Alain Bernard (47s21) e do australiano Eamon Sullivan (47s32), que era o favorito ao ouro.

Após a prova, prometeu: “Agora? Agora vou ganhar o ouro!”. E poucas horas após a prova dos 100m, o brasileiro mostrou que está muito determinado a surpreender novamente os favoritos: nas eliminatórias dos 50m livre, com o tempo de 21s47, quebrou o recorde olímpico.

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O antigo recorde pertencia ao russo Alexander Popov, nas Olimpíadas de Barcelona/92, com 21s91. O tempo de Cesão foi superado na bateria seguinte pelo francês Amaury Leveux, que baixou em um centésimo a marca.