Jadílson vai pro sacrifício.

Durou pouco a tranqüilidade do Paraná em jogar por um empate contra o Prudentópolis no domingo. Após uma análise criteriosa do pedido de impugnação da partida entre Prudentópolis e Francisco Beltrão, por parte do Prude, o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJD-PR), Bortolo Escorsim, indeferiu a solicitação.

Logo, o Beltrão não perderá seis pontos e continua dependendo apenas dos próprios esforços para escapar do “torneio da morte”. Com sete pontos, se vencer o Coritiba no domingo, o Beltrão se classifica à próxima fase.

O pedido de impugnação da partida foi feito com base na denúncia de irregularidade do registro do jogador Alex Francisco Franco Santos. Entretanto, a diretoria do Prudentópolis não anexou à solicitação documentos que comprovassem os fatos alegados, o que tornou a petição ilegítima.

Com o pronunciamento de Escorsim, o Paraná perdeu mais uma nos bastidores. Na quarta-feira, o presidente do TJD confirmou a partida de domingo para Prudentópolis. Apesar da súmula da partida entre Prudentópolis e Beltrão, feita pelo árbitro Renato Vieira Júnior, estar “carregada”, dando conta de que o trio de arbitragem foi agredido por dirigentes do Prudentópolis, o julgamento do caso fica para depois do Carnaval.

Com isso, o Paraná vai ter mesmo que jogar por uma vitória com o calor da torcida adversária, que deve lotar o Newton Agibert. Os ingressos para o jogo decisivo custam apenas R$ 5,00 e a diretoria interiorana já disponibilizou 16 ônibus para levar torcida de Guarapuava para Prudentópolis. Além dos três pontos, o tricolor continua torcendo para um tropeço do Beltrão ou ao menos um empate entre Iraty e Malutrom.

O experiente Jean Carlo acredita que a decisão do tribunal não vai afetar a disposição para o jogo. “A maioria dos atletas fica alheia a isso. Nosso compromisso é sempre com a vitória, independente das condições”. Sobre o calor da torcida, Jean foi direto. “Não temos que nos preocupar com fatores externos. Nossa concentração tem que estar em vencer o adversário. Apenas isso”.

O técnico Saulo, que chegou a comemorar o fato de a equipe poder jogar por um empate dizendo que ele tinha estrela, mostrou-se conformado com a decisão. “Em qualquer circunstância, temos que buscar a vitória. E é isso que vamos fazer. A nossa parte”. De resto, é cruzar os dedos e torcer para que os outros resultados afastem definitivamente o tricolor do temido torneio da morte.

Urgência impede melhor preparo físico

O condicionamento físico no futebol ganhou uma importância especial nas últimas décadas. Tanto que a figura do preparador físico passou a ter destaque na comissão técnica. Mas, no Paraná Clube, que vive um momento delicado no campeonato paranaense, alguns jogadores estão entrando em campo mesmo sem as melhores condições físicas. “Nesses momentos decisivos, a qualidade técnica deles está sendo preponderante para a escalação”, explica o técnico Saulo de Freitas.

Na partida de domingo, contra o Rio Branco, ele lançou o lateral-direito Eto e o volante Alexandre, que haviam chegado cinco dias antes da partida e não estavam jogando pelo Criciúma. E, para a partida deste domingo, quem vai para a luta mesmo sem estar 100% é o experiente lateral-esquerdo Jadílson. Quando chegou à Vila Capanema, exatamente há uma semana, ele deixou claro que precisaria de pelo menos quinze dias para entrar em forma, mas diante do pedido do treinador, Jadílson vai para o jogo. “Dá para aguentar pelo menos meio tempo. Fiz um trabalho especial com o Fabiano (Rosenau, preparador físico) e já recuperei parte do condicionamento”, explicou o lateral, referindo-se aos seis trabalhos intensivos realizados durante a semana. Mesmo consciente de que sentirá a falta de ritmo de jogo, especialmente por jogar na posição que mais se movimenta durante uma partida, ele acredita que a vontade supera qualquer obstáculo. “Quando há um compromisso, nada atrapalha. Sinto-me orgulhoso em ser fundamental nesse momento. É ótimo ter a confiança do treinador.” Quando Jadílson deixar o gramado, a opção natural para substituí-lo será o prata-da-casa Anderson, que cumpriu suspensão na última rodada e está livre para atuar.

Jadílson passará pela mesma experiência do volante Alexandre, que, contra o Rio Branco, teve que ser substituído no decorrer do jogo. “Não estava jogando e senti muito a falta de ritmo. Mas acredito que neste segundo jogo já haja uma evolução”, diz. Nos primeiros dias da semana, ele ficou no departamento médico se recuperando de dores musculares, mas ontem treinou normalmente nos dois períodos.

Quase lá

O experiente meia Jean Carlo, que chegou na Vila Capanema visivelmente fora de forma, garante que ainda não está no melhor de sua condição física, mas está quase lá. “É algo natural. Como a equipe foi sendo montada durante o campeonato e não houve uma pré-temporada, alguns jogadores estão melhores fisicamente que os outros.” Desde que chegou no Paraná, Jean emagreceu cinco quilos e garante que se sente mais inteiro. “No último jogo atuei os noventa minutos. A evolução vem vindo na sequência de jogos.”

Para Jean, o técnico Saulo está buscando uma saída inteligente para tentar superar a falta de ritmo e entrosamento da equipe. “Estamos treinando muitas jogadas de bola parada, que faz diferença em início de temporada, quando o toque de bola ainda não sai tão natural. Como temos jogadores com boa técnica, pode ser uma boa saída.”

Reforço vem do Oriente

O Paraná Clube deve anunciar hoje mais um reforço. Trata-se de um atacante jovem, pouco conhecido, que já jogou no interior de São Paulo e estava atuando no futebol japonês. Assim como aconteceu com Eto, Alexandre e Jadílson, mesmo que o atleta não esteja em plenas condições físicas, dependendo da necessidade, ele já ficará à disposição do técnico Saulo de Freitas.

Nomes como de Éder, do Marília, Luciano Henrique, do Atlético de Sorocaba, e Dudu, do América-RJ, foram descartados pela diretoria. Pelo menos por ora.

“Continuamos de olho no interior de São Paulo, mas esses atletas estão em atividade e têm contrato com seus respectivos clubes. Não tem como trazer quem está em atividade agora”, explica o vice-presidente de futebol, José Domingos.

O trabalho dos olheiros que estão indo nos finais de semana para o interior de São Paulo já é visando o campeonato brasileiro. A diretoria reconheceu o erro de planejamento feito no início do ano e já está trabalhando duro com olhos no Brasileirão. Como esse ano cairão quatro equipes para a segunda divisão, todo o cuidado é pouco.

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