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Nações preparam homenagens para cerimônia de abertura da Olimpíada

O Brasil ainda não sabe quem será seu representante como porta-bandeira na cerimônia de abertura da Olimpíada, mas 100 delegações já escolheram seus atletas para a festa que marca o pontapé inicial aos Jogos. Entre essas estrelas estão famosos como o tenista Rafael Nadal, a nadadora Federica Pellegrini, o judoca Teddy Riner e o jogador de basquete Luis Scola.

Mas o País estará também representado, de alguma forma, em outros atletas que ganharam a missão na abertura. Pelo Equador, Andrés Chocho, da marcha atlética, vai carregar a bandeira. Ele é marido da brasileira Erica Sena, da mesma modalidade. Já a velejadora Gintarée Scheidt vai homenagear a Lituânia e pode formar parceria com seu marido Robert Scheidt, caso ele seja escolhido porta-bandeira do Brasil.

Quem também tem verde e amarelo nas veias é o judoca Nacif Elias, capixaba que ficou por quatro anos na seleção brasileira e, nesta Olimpíada, competirá pelo Líbano. Ele foi escolhido para ser o porta-bandeira do país no Rio. “É importante ser reconhecido e será uma honra carregar a bandeira da delegação”, confessou.

O convite do comitê olímpico o pegou de surpresa. Tanto que ele pretendia chegar ao Rio na véspera de entrar no tatame, no dia 9, mas teve de antecipar a viagem para o dia 4. Ele vem treinando em Vitória, no Espírito Santos. “Entraram em contato comigo e falaram que eu seria o porta-bandeira. Fico feliz, o Líbano está tendo um grande carinho por mim.”

Nacif Elias é de família libanesa por parte de pai. Seus tataravós vieram para o Brasil e ele nunca teve muito contato com a parte da família que ficou no Oriente Médio. Por causa da guerra civil, muita gente se separou. “Mas depois te um tempo descobri que tenho vários parentes aqui no Brasil e no Líbano também.”

Apesar de ter se naturalizado libanês, ele tem pouca amizade com os outros atletas da delegação. Durante os Jogos Asiáticos, acabou conhecendo algumas pessoas, mas a barreira da língua e sua concentração nas competições atrapalharam um pouco. “Eu vou sempre focado em bater o peso e lutar. Costumo ficar na minha”, argumenta o judoca.

Ele está na mesma categoria do brasileiro Victor Penalber (até 81 kg) e acha que qualquer um pode subir ao pódio na Olimpíada. “São 22 classificados pelo ranking e todos têm chance clara. As últimas competições tiveram campeões diferentes”, comenta, apontando o georgiano Avtandili Tchrikishvili, o japonês Takanori Nagase e o russo Khasan Khalmurzaev como rivais de peso.

“Meu objetivo é ganhar essa medalha olímpica, e ser chamado para ser porta-bandeira me valoriza e me motiva a lutar por minha pátria. Não estou muito ansioso. Minha ansiedade está sendo para lutar bem, quero alcançar a meta. Estou sendo o mais profissional possível para chegar no melhor nível. Quero que dê tudo certo”, disse.

Como estímulo, ele sabe que terá uma grande torcida no Maracanã, quando entrar com a bandeira do Líbano, e dias depois, na hora de pisar no tatame da Arena Carioca 2. “No Brasil tem mais libanês que no próprio Líbano. Tem amigo vindo de Vitória, terei uma torcida particular. Eu fiquei quatro anos na seleção brasileira, ganhei vários títulos, sou capixaba, tenho um instituto onde ajudo crianças e trabalho com alto rendimento. Apesar de ser naturalizado libanês, por trás do Nacif tem muita gente torcendo, pois também sou brasileiro.”

PERFIL – O porta-bandeira costuma ser o atleta que é mais identificado com aquela delegação, seja por conquistas do passado, perspectivas para o futuro, por representar uma modalidade que é a mais forte daquele país ou simplesmente para uma homenagem no fim da carreira. Nações com delegações pequenas não têm tanta dificuldade para fazer a escolha, mas as grandes delegações costumam fazer suspense.

Esse mistério na definição costuma fazer parte do show, pois os grandes atletas como porta-bandeiras criam grande expectativa do público. Muitos nunca ganharam uma medalha olímpica, mas fazer parte da festa como protagonista vale como um pódio para os esportistas dos pequenos países.

Juntos, os 100 atletas que já foram indicados reúnem 74 medalhas nos Jogos, sendo 24 de ouro. A ciclista australiana Anna Meares e a ginasta romena Catalina Ponor contribuem com cinco pódios cada uma nessa conta. Entre as modalidades, a mais recorrente entre os porta-bandeiras é o atletismo, com 19 representantes. Já o rúgbi e o golfe, que voltam ao programa olímpico, já têm atletas dos esportes como porta-bandeiras.

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