Nacional confirma vaga em 2004

Há uma semana, Nacional confirmou vaga para primeira divisão em 2004. Ontem, em Marechal Cândido Rondon, o time de Rolândia empatou com o Marechal, por um gol, e conquistou o título da Série A-1 do campeonato paranaense. Resta agora conhecer o outro novo da elite paranaense: Dois Vizinhos ou Cianorte. A definição acontece no domingo que vem.

O campeão Nacional tomou um susto no primeiro tempo, quando Paulinho, aos 37 minutos, fez o gol do Marechal, que ainda tentava um lugar na Primeirona. A calma veio aos sete minutos da etapa final, quando Márcio Santos, empatou.

Quando o árbitro Marcos Tadeu Silva Mafra encerrou a partida, os jogadores da equipe de Rolândia abraçaram Itamar Bernardes, que chegou na fase final da A-1 e recuperou um time que, antes, só conheceu uma vitória em seis partidas. “Agora, podemos comemorar”, disse o treinador, que evitou festejos durante a semana.

Mesmo perdendo em Rondon, o Nacional levaria a taça, porque, no mesmo horário, o Dois Vizinhos foi derrotada pela a Adap, em Campo Mourão, por 2 x 0. Robson fez os dois gols do time local, que já estava eliminado, aos 14 e aos 47 minutos, ambos no segundo tempo. Ao Dois Vizinhos, a vitória daria o vice-campeonato da A-1 e, conseqüentemente, a outra vaga na Primeirona.

Técnico do campeão

O técnico campeão da A-1 foi quem levou o Paranavaí ao vice-campeonato da Primeirona, em março. Em Rolândia, Itamar Bernardes “limpou” o elenco do Nacional, ao se apresentar em julho. Ele trouxe 13 jogadores e dispensou 15. A base do Nacional para o título foi justamente o Paranavaí, de onde vieram cinco reforços, puxados pelo experiente meia Edílson, 32 anos. Em 2004, o Nacional vai disputar seu nono estadual da primeira divisão. Nessa trajetória, entretanto, jamais enfrentou os grandes de Curitiba. Em sete temporadas (1959, de 1961 a 1965 e 1971), integrou a Zona Norte. Em 1997, esteve no grupo B, enquanto Atlético, Coritiba e Paraná integravam o A.

Com ?mareco, chops? e chucrute

Depois de Prudentópolis, cuja maioria da população é de origem ucraniana, a Série Ouro do futebol paranaense terá outro sotaque forte no ano que vem. Rolândia, a cidade do Nacional, distante 25 quilômetros de Londrina, é dominada pela colonização alemã, cuja maior festa é sua oktoberfest local, regada a chope, marreco e chucrute.

Criado em abril de 1947, o Nacional viveu grande parte da história apenas como coadjuvante nas competições estaduais. Nos anos 90, resolveu investir na formação de atletas e criou um centro de treinamento com mais de 60 mil metros quadrados e alojamento para atletas. Os primeiros frutos começaram em 1998, quando o time conquistou a terceira divisão do campeonato paranaense. Este ano disputou a segundona, mandando seus jogos no estádio Erich Georg. O Estádio registrou seu recorde num jogo contra o Atlético, em 1991 (5 mil pagantes).

A cidade

Os acontecimentos políticos na Alemanha, que antecederam a Segunda Guerra Mundial, fizeram com que parte da população alemã procurasse outras localidades para reconstruir a vida. A história de Rolândia está ligada a essa realidade. São imigrantes que deixaram o seu país de origem por motivos econômicos, políticos ou raciais. Dentre eles vieram os cidadãos que ocupavam cargos de destaque na política e profissionais liberais: juristas, médicos, economistas, engenheiros, professores universitários.

A cidade foi em princípio um “patrimônio” conforme as diretrizes da Companhia de Terras Norte do Paraná, CTNP. Os primeiros moradores, provenientes da Alemanha, chegaram no início dos anos 30 e fixaram-se na gleba Roland daí o nome Rolândia . No mesmo período os japoneses ocuparam a gleba Cafezal. Pouco mais tarde foi a vez de paulistas, mineiros e nordestinos, além de italianos, espanhóis, portugueses, suíços e outros. Nos anos 30, ainda foi inaugurada a estrada de ferro ligando Rolândia a Londrina, passando a ser fator de mudança, propiciando o crescimento e o desenvolvimento da região. Inicialmente, a cidade se tornou distrito de Londrina em 1938. O decreto de criação do município é de dezembro de 1943.

Como ocorreu em toda região norte paranaense, a cidade encontrou na agricultura, e mais especificamente no café, o modelo de seu desenvolvimento econômico. Foram os paulistas e mineiros que implementaram os contratos de parceria agrícola, pois essa relação de trabalho era desconhecida pelos alemães. Ainda hoje, a agricultura é a responsável pela economia do município. O cultivo de soja, milho, cana-de-açúcar, café, bicho-da-seda, laranja, mandioca, são os principais produtos agrícolas, ao lado de algumas indústrias: torrefação de café, usina de álcool e açúcar, móveis, doces, fécula de mandioca, curtumes, abatedouro de aves, etc.

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