A seleção feminina de rúgbi sevens conquistou neste domingo uma medalha histórica nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. O bronze enche as meninas de orgulho, e também dá um aperitivo para a Olimpíada no Rio, em 2016. “É um resultado muito importante. É o primeiro Pan do rúgbi no feminino. Acho que ajudará a dar mais visibilidade para o esporte e também vai mostrar que estamos aqui para brigar até o final. É algo histórico”, opina Baby Futuro, uma das jogadoras mais experientes da equipe.

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Na campanha para ganhar o bronze, o Brasil estreou perdendo dos Estados Unidos, por 26 a 7, no sábado. Depois, fez 22 a 5 na Argentina, mas levou 36 a 0 do Canadá. “O Canadá é o segundo melhor time do mundo”, explica Baby, que tem 29 anos e pratica o rúgbi há 16. Ela lamenta apenas os erros que a seleção teve contra os Estados Unidos. “Nesse nível de competição, não se pode errar.”

A derrota na estreia praticamente tirou a equipe da disputa da medalha de ouro. Neste domingo, ainda na fase de grupos, o Brasil ganhou da Colômbia por 29 a 0 e do México por 57 a 0, evidenciando quão distante é o nível técnico entre as equipes numa modalidade que ainda engatinha. Mesmo assim, chegou à disputa pelo bronze, contra a Argentina, freguês histórica.

Venceu por 29 a 0 e, em sua primeira participação no Pan – pois em Guadalajara só houve disputa no masculino – , ficou atrás apenas do Canadá (ouro) e dos Estados Unidos (prata). Para Edna Santini, o resultado tem de ser festejado. “Para gente é gratificante conquistar a medalha de bronze. Dá uma vontade a mais e esse é o melhor incentivo para o esporte. Também é uma honra para muitos brasileiros. Acho que esse lugar no pódio vai ajudar as pessoas a terem uma visão melhor do esporte.”

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Edna é considerada a melhor jogadora de rúgbi do Brasil. Com muita velocidade e habilidade, ajuda a destruir as defesas adversárias e marca muitos pontos. “Para a gente é muito importante poder participar de um evento grande. O Pan dá experiência e nos coloca próximas de outros atletas. Assim a gente pode ver a realidade deles. É uma competição que acaba sendo um treino para a Olimpíada em todos os aspectos”, conta.

O grupo de jogadoras ficou na Vila Pan-Americana e também sentiu o clima dos Jogos ao vivenciar o contato com atletas de diversos países. “Na Vila estão todos os atletas, a gente conhece gente de todos os países. Vê de perto o Thiago Pereira, o Arthur Zanetti, a Jade Barbosa, a Daniele Hypólito. Estão todos no mesmo lugar”, diz.

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Baby concorda com a companheira. “A gente acaba conhecendo os atletas que só vemos de longe. Esse tipo de evento esportivo grande é bom para ganhar experiência. É muito especial. É um ensaio para a Olimpíada no Rio.”

TECNOLOGIA – Na competição, as brasileiras usaram um GPS instalado no tecido do uniforme, nas costas, e outro na parte da frente, que é uma espécie de monitor cardíaco. Com isso, a comissão técnica consegue mapear a movimentação das atletas e detectar onde é possível melhorar. “Ajuda mais o treinador do que a mim. Eu que acabo sofrendo depois”, brinca Baby.

Para Raquel Kochhann, outra atleta da seleção, o equipamento tem sido muito importante e ajudado no desenvolvimento da equipe brasileira. “A partir dos dados, pode-se fazer uma análise de desempenho de cada uma. Assim pode-se mudar o treinamento e o tipo de jogo”, afirma a atleta.