Roberto Donadoni e Marcello Lippi, ex e atual técnicos da Itália, falaram abertamente sobre a vontade de convocar o brasileiro Amauri para a seleção campeã do mundo. Mas o atacante da Juventus manda um recado. “Sou brasileiro e a única seleção pela qual posso jogar, no momento, é a do Brasil”, ressaltou o jogador, em entrevista à Agência Estado, falando de Turim.
O técnico Dunga pode fazer a alegria do atacante e estragar os planos da Itália brevemente. Em 10 de fevereiro, as duas seleções se enfrentam, em Londres, e o treinador dá indícios de que pode convocar Amauri pela primeira vez. Mas terá de ser rápido. O paulista de Carapicuíba está prestes a receber o passaporte italiano.
“Vou esperar com tranqüilidade, seja uma convocação do Brasil ou da Itália. Não penso no que vai acontecer, quero deixar para a hora que vier”, declarou o jogador, que espera o passaporte da Itália para o início de 2009.
Amauri, no entanto, deixa claro que nunca pressionou o técnico brasileiro em busca de uma convocação. “O meu ex-empresário (o italiano Mariano Grimaldi) disse que eu fiz cobranças ao Dunga. Não é verdade e acho que isso está até me prejudicando. Por isso, queria dizer para o professor Dunga que nunca pedi nada. Não é do meu caráter. Se eu for para a seleção, é porque suei muito, porque mereci em campo”.
Os anos na Europa – vive do outro lado do Atlântico desde 2000 – transparecem durante a conversa. Amauri procura as palavras em português, mas, em algumas ocasiões, elas não aparecem. “Me adaptei à Juventus súbito”, contou, referindo-se ao fato de ter se acostumado rapidamente à maior realização em uma carreira cheia de percalços: a contratação por um grande clube.
“Depois de nove anos de batalha, de ter chegado à Itália para jogar em times pequenos, na Série B, estou agora em um dos clubes mais famosos do mundo. E o melhor: me destacando”, avaliou o atacante. “Foi um 2008 muito completo de realizações. Só faltou a convocação para seleção, mas a gente chega lá”.
Atualmente, Amauri é o vice-artilheiro do Campeonato Italiano – 11 gols. Humilde, esse paulista de Carapicuíba que nunca atuou profissionalmente em seu País natal e ainda é desconhecido para os brasileiros. Mas jogar pela seleção de Dunga é um sonho de que não abre mão, assim como defender, um dia, as cores do São Paulo, seu time de coração.
“O São Paulo é como se fosse a Juventus no Brasil, um time grandíssimo. Meu sonho continua, mas esse não é o momento. Depois de nove anos na Itália, finalmente estou realizando o sonho de jogar em um time grande. Mas, como são-paulino, ainda quero jogar no meu time de coração”, completou Amauri.