Não foi o show dado por Pelé e companhia no mesmo palco na final da Copa do Mundo de 1958, mas a seleção brasileira venceu a mesma adversária da decisão de 54 anos atrás, a Suécia, por 3 a 0 em amistoso que marcou nesta quarta-feira a despedida do estádio Rasunda.
Em 1958, o Brasil se sagrou campeão mundial pela primeira vez com uma vitória por 5 a 2, com direito a um golaço do ‘Rei’. Nesta quarta, a rede até balançou bastantes vezes, uma por Leandro e Damião e duas por Alexandre Pato, mas o adversário já não tem a mesma força de outros tempos, e por isso a equipe de Mano Menezes não precisou ser brilhante para vencer.
Os brasileiros voltaram a campo quatro dias depois de ter sido medalha de prata nos Jogos Olímpicos ao perder a final para o México. A Suécia, por sua vez, foi eliminada na fase de grupos da Eurocopa, em junho.
Mano fez poucas mudanças em relação ao grupo que ficou com a medalha de prata em Londres no último sábado. O zagueiro Bruno Uvini e o meia Paulo Henrique Ganso foram dispensados e o lateral Marcelo não pôde participar da partida em Estocolmo por estar suspenso. O zagueiro Dedé, o lateral Daniel Alves, o volante Paulinho, o meia Ramires e o atacante Jonas foram acrescentados ao elenco.
Pela Suécia, o atacante Zlatan Ibrahimovic, principal jogador do país, foi desfalque por não ter se recuperado de uma pancada no pé direito sofrida na primeira rodada do Campeonato Francês, no último sábado. Assim, Berg atuou isolado na frente.
O Rasunda será demolido para dar lugar a um complexo comercial com prédios, lojas e escritórios e teve sua última partida nesta quarta. Em meio a várias lembranças à final de 1958 para reverenciar o palco do primeiro título mundial do Brasil, a CBF havia anunciado que a seleção vestiria durante o primeiro tempo uma camisa parecida com a daquela conquista. No entanto, alguns jogadores se sentiram desconfortáveis, e réplica foi usada apenas na entrada no gramado.
Assim como vários outros ex-atletas que participaram da campanha vitoriosa na Copa da Suécia, Pelé esteve no estádio Rasunda. O ‘Rei’ foi o escolhido para dar o pontapé inicial do amistoso.
Com a bola rolando, o Brasil começou controlando as ações, mas tinha dificuldades para finalizar contra a meta de Isaksson. Aos 17 minutos, após chute na trave de Oscar, Neymar ficou com a sobra e mandou para a rede, mas arbitragem, erroneamente, marcou impedimento.
Se não foi validado, o lance pelo menos animou a seleção, que voltou a dar trabalho cinco minutos depois. Daniel Alves cobrou falta da esquerda e bateu com efeito, tirando tinta da trave direita.
Aos 29, Rômulo passou para Neymar, que tocou para a chegada de Thiago Silva na área, mas um desvio do marcador sueco impediu que o zagueiro brasileiro arrematasse. Dois minutos, porém, Alex Sandro cobrou lateral para Neymar, que levantou para a área. Leandro Damião subiu bonito e cabeceou no canto esquerdo, abrindo o placar.
O gol fez com que a equipe de Mano relaxasse, dando espaço para alguns ataques dos donos da casa. No melhor deles, aos 42, Berg tabelou com Toivonen e entrou na área, mas foi parado por uma boa saída de Gabriel.
O intervalo não fez com que o ritmo da seleção diminuísse. Em cobrança de falta, aos nove minutos, Neymar colocou na cabeça de Paulinho, que resvalou. A bola atravessou toda a área e por pouco Damião não fez mais um.
Com boas trocas de passes, os visitantes iam incomodando Isaksson e toda a defesa sueca. Aos 16 minutos, Neymar tocou para Oscar, que até tinha espaço para bater, mas preferiu cruzar e desperdiçou um bom ataque, já que a zaga afastou o perigo.
Em seguida, Leandro Damião chutou duas vezes da entrada da área, aos 22 e aos 23, mas viu a bola passar perto da trave nas duas. Neymar também tentou cobrando falta e quase acertou o ângulo esquerdo, cedendo o tiro de meta, aos 27.
Os dois técnicos mexeram bastante nas equipes,, e a impressão era a de que a Suécia se daria melhor. Aos 31 minutos, Hysén rolou para a aproximação de Toivonen, que, da meia-lua, arrematou para fora.
Contudo, quem se deu melhor com as substituições foi o Brasil, que aumentou a vantagem graças a dois gols de Alexandre Pato. Aos 38, ele tentou na primeira e errou, mas a bola ficou com Daniel Alves, que devolvou para o atacante cabecear para a rede, com Isaksson já batido.
Logo depois, aos 40 minutos, Wernbloom derrubou o atleta do Milan na área, e o árbitro Viktor Kassai assinalou pênalti. O próprio Pato bateu e mesmo escorregando fez 3 a 0.
Ficha técnica:
Suécia: Isaksson; Sebastian Larsson, Granqvist, Jonas Olsson, Safari; Holmén, Wernbloom, Elm (Svensson), Toivonen e Wilhemsson (Kacaniklic); Berg (Hysén). Técnico: Erik Hamrén.
Brasil: Gabriel; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz (Dedé) e Alex Sandro; Rômulo, Ramires, Paulinho (Sandro) e Oscar (Hulk); Neymar (Lucas) e Leandro Damião (Alexandre Pato). Técnico: Mano Menezes.
Árbitro: Viktor Kassai (Hungria), auxiliado por seus compatriotas Robert Kispal e Tibor Vámos.
Cartões amarelos: Larsson e Wernbloom (Suécia); Thiago Silva (Brasil).
Gols: Leandro Damião e Alexandre Pato (2x) (Brasil).
Estádio: Rasunda, em Estocolmo.