A bola parada é cantada e decantada pelos técnicos de futebol como fator decisivo para se vencer partidas e até mesmo campeonatos. E esse aspecto do jogo costuma ser treinado à exaustão. Mas quando a cobrança é direta e perfeita, não há defesa. A animada partida entre Vasco e Criciúma, neste sábado, em São Januário, foi um testamento disso. Dos cinco gols da noite, quatro originaram de faltas. Por fim, vitória cruzmaltina por 3 a 2, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro.
Houve um tempo em que o Brasil era pródigo em exímios cobradores de falta. Nos tempos atuais a escassez é grande. Mas o Vasco tem Juninho Pernambucano, uma espécie em extinção, jogador que une a habilidade nata à dedicação. O resultado costuma ser o deste sábado. Um gol e uma assistência na bola parada.
“Tivemos boa postura, lutamos e jogamos bem. Mas tomamos três gols de bola parada e fizemos um. Perdemos aí”, destacou o zagueiro Matheus Ferraz.
Com 13 pontos, os cruzmaltinos mantêm a subida na tabela. Chegam à sexta colocação, mas podem perder até quatro lugares ao fechamento da rodada de domingo. O Criciúma, que entrou em campo com os mesmo 10 pontos dos adversários, fica em 12º lugar.
Com nove minutos de bola rolando, mas com ela parada, Juninho Pernambucano colocou o Vasco à frente. Cobrou falta com o veneno habitual, mas Bruno deveria ter feito uma defesa que se exige de um goleiro de primeira divisão. Ao contrário, engoliu um frango vexaminoso.
Com o adversário cabisbaixo, os vascaínos apertaram, mas não conseguiram ampliar. A partir dos 25 minutos, dois ataques seguidos dos catarinenses lhes deram a confiança de que era possível chegar ao empate, e Cassiano perdeu chance evidente, frente a Diogo Silva, que fez a defesa. “Nossos 30 primeiro minutos foram excelentes e nos 15 finais cedemos campo”, analisou Juninho.
O segundo tempo foi ainda mais animado. O zagueiro Rafael Vaz, aos 10, cobrou falta com a categoria de um camisa 10 e abriu vantagem, e Juninho, a seu lado, sorriu pela sábia decisão de ceder a vez ao companheiro.
Mas o Criciúma reagiu, e não poderia ser de outra forma. Ivo bateu falta cruzada e fechada, e enganou defensores e goleiro adversários, para diminuir, aos 17. Dez minutos depois, Diogo Silva falhou e Wellington Paulista aproveitou o rebote para empatar.
A igualdade durou menos de dois minutos. E novamente a partir de uma falta o Vasco retomou a vantagem. Juninho cruzou e Edmilson, completamente livre, em falha da zaga e de Bruno, testou para as redes. Os catarinenses não tinham mais cartas na manga e sofreram a quarta derrota como visitante.
VASCO 3 X 2 CRICIÚMA
VASCO – Diogo Silva; Nei, Jomar, Rafael Vaz e Henrique (Fellipe Bastos); Sandro Silva, Wendel, Pedro Ken (Edmilson) e Juninho Pernambucano; Eder Luís e André (Tenório). Técnico – Dorival Júnior.
CRICIÚMA – Bruno; Sueliton, Matheus Ferraz, Fábio Ferreira e Marlon; Amaral (Daniel Carvalho), Gilson, Leandro Brasília e Ivo (Fabinho); Cassiano (Marcel) e Wellington Paulista. Técnico – Vadão.
GOLS – Juninho Pernambucano, aos 9 minutos do primeiro tempo. Rafael Vaz, aos 10, Ivo, aos 17, Wellington Paulista, aos 26, Edmilson, aos 28 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Márcio Chagas da Silva (RS).
CARTÃO AMARELO – Jomar, Juninho Pernambucano, André (Vasco). Matheus, Fábio Ferreira (Criciúma).
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 14.712 pagantes (18.704 presentes).
LOCAL – Estádio de São Januário, no Rio.