Há 20 anos, um grupo de atleticanos adaptou a canção “The wall”, do Pink Floyd, para provocar a torcida do Coritiba. A música virou uma espécie de “segundo hino” do Furacão. Apesar do sucesso, a canção rubro-negra e outras de torcidas de Coritiba e Paraná podem estar com os dias contados.
Os xingamentos de estádio que envolva discriminação, ódio a estrangeiros e racismo figuram entre os alvos do novo Estatuto do Torcedor. Ainda assim, para o promotor Maximiliano Deliberador, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), tal medida não deve ser um problema em Curitiba.
Entre as organizadas, Os Fanáticos foram os únicos a se pronunciar. “Nossa proposta realmente não é puxar músicas com xingamentos. Espero apenas que não sejamos punidos se uma pessoa de fora da nossa torcida incentivar esses gritos”, pondera o vice-presidente da agremiação, Juliano Rodrigues.
Na torcida Império Alviverde, o único autorizado a falar sobre a alteração na lei era o presidente Luiz Fernando Corrêa. Porém, o líder da organizada estava em Brasília, para participar da cerimônia de assinatura do novo Estatuto, e deixou seu telefone desligado. Ninguém da Fúria Independente respondeu as tentativas de contato.
Brecha
Especialistas indicam que a lei deixa brechas sobre as músicas que deverão ser banidas, como indica o promotor Maximiliano Deliberador. “Sobre o que é discriminatório, a lei deixa isso vago. Será uma questão subjetiva. Alias, não tem nada regulamentado em relação a punição. Mas quem se sentir atingido pode procurar o Ministério Público”, afirma.