Jogador de futebol adora aparecer em semana decisiva. Ilustrar as páginas dos jornais e estar nos programas de televisão e rádio são fatores que ajudam na promoção da carreira e, conseqüentemente, a conseguir contratos melhores. No São Paulo, porém, a prática está descartada nesta semana. O técnico Muricy Ramalho não permitirá a exposição de seus atletas. Todos estarão blindados. Entrevistas, só as coletivas no clube.
O treinador luta, a todo custo, para evitar o clima de “já ganhou”. Não admite ver ninguém falar que o São Paulo está com o título praticamente garantido. Entrar na euforia da torcida, nem pensar. As lições que Muricy Ramalho carrega na carreira ganharam bons argumentos nesta edição do Brasileirão.
O Flamengo, por exemplo, disparou nas primeiras rodadas do campeonato. Depois, veio a abertura da janela de transferências internacionais, no meio do ano, e com a perda de algumas peças importantes, como Marcinho, Renato Augusto e Souza, os cariocas despencaram na tabela e hoje ocupam a quinta colocação.
O Grêmio, então, surgiu como candidato principal à conquista. Os gaúchos chegaram a abrir 11 pontos do São Paulo. Mas perderam fôlego e agora estão cinco atrás. “Por que também não poderíamos tropeçar?”, indaga Muricy.