No começo da temporada, Muricy Ramalho não escondia de ninguém que na escala de valores dos seus jogadores titulares, Borges só estava abaixo de Neymar e Ganso. Mas surpreendentemente o artilheiro foi substituído por Alan Kardec na semifinal de domingo, contra o São Paulo, no Morumbi. E não há garantia de que ele vai recuperar a posição para a primeira partida da decisão do título, domingo à tarde, no Brinco de Ouro, em Campinas.
“No meu time é assim. Antes, Elano estava em baixa, saiu e Ibson voltou. Aí Ibson caiu, e Elano é titular de novo. Não pode ter posição cativa em time. Borges pode esperar um pouco, mas ele e todos os outros sabem que eu nunca desisto do jogador”, afirmou Muricy Ramalho.
A justificativa do treinador para escalar Alan Kardec contra o São Paulo foi que o time perdeu em altura com as ausências de Fucile e Henrique, ambos contundidos, o que poderia favorecer o adversário que tem bom aproveitamento na bola aérea. Mas essa pode não ser a única razão.
Além de ser mais versátil, sempre que tem uma oportunidade, Kardec aproveita e foi decisivo no clássico por ter sofrido o pênalti convertido no primeiro gol da vitória santista por 3 a 1. Na temporada ele está quase empatado em números com o ex-titular. Em 18 jogos pelo Paulista, marcou cinco gols e em seis pela Libertadores, anotou dois. Borges marcou cinco em 11 jogos do Paulista e um em sete da Libertadores. Com o detalhe que na maioria dos jogos, à exceção das três primeiras rodadas do Paulista, Kardec entrou na metade do segundo tempo.