Porto Alegre – O técnico Muricy Ramalho acabou com o mistério e confirmou ontem que fica no Internacional até dezembro deste ano, conforme acordo que tem com o clube. E para não deixar dúvida, comandou um treinamento no gramado suplementar do estádio Beira-Rio. Muricy deu a entender que seus valores pessoais pesaram muito na decisão de recusar a oferta do Palmeiras, que estaria disposto a dobrar o salário de cerca de R$ 70 mil que ganha no Internacional.

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"No futebol isso vale pouco, mas para mim vale muito", justificou, referindo-se às diversas vezes que optou por cumprir os contratos, inclusive algumas em que se deu mal, como no São Caetano, no ano passado, quando rejeitou um convite do Corinthians e foi demitido 15 dias depois. Razões para ir para São Paulo Muricy teria de sobra. Ele sempre diz que quer ficar perto da família. Também estaria num clube que disputa a Libertadores. "E meu pai era palmeirense", completou.

Não é a primeira vez, Muricy fica na mira de clubes paulistas. No ano passado, uma semana depois de assinar com o Internacional, o técnico foi cotado para assumir o São Paulo, que estava demitindo Cuca. Quando Tite ameaçou largar o Corinthians, em dezembro, Muricy foi lembrado de novo. Na última semana de 2004, já comprometido com o Internacional, perdeu a chance de dirigir o Santos, de onde Vanderlei Luxemburgo havia saído para assumir o Real Madrid. E agora foi a vez de recusar um convite do Palmeiras.,

E nem o Palmeiras entendeu

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São Paulo – Muricy Ramalho disse não ao Palmeiras. Seu empresário, Márcio Rivellino, já tinha até discutido salários e tempo de contrato com a diretoria do clube paulista, que dava a contratação do treinador como "99% certa". O presidente do Palmeiras, Affonso Della Monica, foi informado da decisão de Muricy por um repórter, na noite de ontem. "Poxa, estava tudo acertado…", lamentou o dirigente em entrevista à Rádio Tupi AM.

Della Monica se negou a dizer qual é a segunda opção, mas Geninho e Péricles Chamusca já admitiram terem sido sondados por pessoas ligadas ao Palmeiras. Paulo Campos, ex-Paraná Clube, corre por fora.

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Geninho está trabalhando no Al-Ahli, da Arábia Saudita, há dois meses. Diz que adoraria assumir o Palmeiras agora, mas tem vínculo com o clube árabe até junho e acha difícil conseguir sua liberação. "Recebi adiantado (algo em torno de US$ 500 mil, cerca de R$ 1,35 milhão) e os árabes, claro, pediriam uma compensação para me liberar. Eles já sabem do interesse do Palmeiras e pediram para eu ficar", disse o treinador.

Geninho conta com a simpatia de muitos conselheiros do Palmeiras. E tem um apoio importante: o ex-presidente Mustafá Contursi é fã confesso de seu trabalho. Já Chamusca, que está no Goiás, foi contactado por um empresário ligado à diretoria palmeirense. Mas fez uma exigência: não abre mão de trazer sua comissão técnica. Dessa forma, não há negócio.