Quase seis anos após recusar o convite para assumir a seleção brasileira, em 2010, o assunto continua presente nas entrevistas de Muricy Ramalho, atual técnico do Flamengo. Em entrevista exibida no programa Esporte Espetacular, da TV Globo, neste domingo, ele afirmou que a atitude “arrogante” do então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, colaborou para a resposta negativa.
“O Ricardo Teixeira me disse que eu ia ser técnico da seleção brasileira e já estava tudo acertado, mas eu falei que tinha um problema. De uma maneira meio arrogante, ele me perguntou qual era o problema. E eu expliquei que tinha dado minha palavra ao Fluminense, não posso chegar e falar que não vou mais. Não é assim. Ele continuou e disse ‘vai lá e resolve’, no que eu respondi que já estava tudo resolvido, eu iria continuar no Fluminense”, afirmou o treinador, que à época tinha acabado de assumir o clube carioca.
Naquele momento, Muricy Ramalho era apontado como o melhor treinador do Brasil – vinha de três títulos brasileiros pelo São Paulo em 2006, 2007 e 2008. E ele afirmou que tinha um compromisso a honrar com o clube das Laranjeiras. “O Fluminense estava brigando por um título que não ganhava há 26 anos. Como ficaria a torcida e os dirigentes?”.
O treinador ainda explicou que não sentiu firmeza no projeto da CBF, igual ao que aconteceu com Mano Menezes, que foi demitido antes de chegar na Copa do Mundo de 2014. “Eu não senti uma parceria do Ricardo Teixeira, ficou uma coisa meio vaga. Para você me entusiasmar, tem que ser algo seguro”, disse.
No fim, a atitude de Muricy Ramalho acabou mostrando-se extremamente benéfica ao clube tricolor: em uma disputa acirrada com Corinthians e Cruzeiro até a última rodada, o Fluminense sagrou-se campeão brasileiro de 2010.