O técnico Muricy Ramalho sabe que o São Paulo já perdeu pontos importantes em quatro rodadas no Brasileiro, e não arrisca dizer se o time terá forças para brigar pelo terceiro título consecutivo. A experiência em pontos corridos (foi vice em 2005 pelo Internacional e bicampeão nos últimos dois anos pelo São Paulo) faz o treinador lembrar que será um outro campeonato depois de agosto.
As equipes devem perder jogadores importantes para o mercado europeu. E quem souber encontrar peças de reposição à altura terá vantagem na segunda metade da competição. "Até o fechamento da janela de transferências não dá para você dar palpite. Os clubes vão mudar muito", analisou Muricy. "Existe time que começa bem no Brasileiro e já é apontado como campeão. Aí termina entre os últimos. Enquanto os elencos não forem consolidados, não dá para analisar. Todo ano é assim, não tem como segurar os jogadores".
O treinador sabe, porém, que o São Paulo também pode mudar. Alguns jogadores já despertaram interesse de times europeus, casos de Hernanes, Alex Silva, Miranda, Richarlyson e Borges. "Nosso medo é perder. Mas não adianta ficar chorando antes de isso acontecer".
Muricy lembrou o Brasileiro do ano passado, quando perdeu Josué, Ilsinho e Lenilson. "Todo ano acontece isso. O técnico brasileiro tem que estar preparado. Bom é treinar o Manchester, o Chelsea, que você não perde nenhum jogador. Queria ver um técnico estrangeiro trabalhar aqui. Não durava nem dois meses".
A diretoria entende o temor do técnico e promete segurar os principais jogadores. O diretor de futebol do São Paulo, João Paulo de Jesus Lopes, avisou que o clube colocou multas altas nos contratos dos jogadores justamente para evitar o assédio da Europa. "Nossa idéia na reabertura do mercado é ser comprador, e não vendedor. Não vamos abrir mão de ninguém". O dirigente ainda promete contratar peças de reposição para Adriano e Fábio Santos, que chegaram por empréstimo no início do ano e vão embora em julho.
