São Paulo – Depois de 11 competições no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, com as conquistas dos inéditos títulos brasileiro e sul-americano, Robert Scheidt e Bruno Prada têm agora o maior desafio da temporada 2006 na classe Star.
A dupla, oitava colocada do ranking da Federação Internacional de Vela (Isaf), disputa em San Francisco, de 1.º a 6 de outubro, o campeonato mundial. Após a sexta colocação em 2005, na Argentina, os velejadores esperam um resultado melhor nas águas da Califórnia.
?Estamos bastante otimistas para o mundial. Embora o nível da regata de São Francisco seja mais forte, com velejadores norte-americanos de alto nível, nossa expectativa é de um resultado melhor que o sexto lugar em nossa estréia no último mundial de Star?, disse Scheidt, bicampeão olímpico e octo mundial de Laser, durante entrevista coletiva.
Scheidt e Prada terão novamente pela frente no mundial os bicampeões olímpicos Torben Grael e Marcelo Ferreira, que os superaram neste final de semana, em Brasília, no Campeonato do 7.º Distrito, disputado no lago Paranoá. ?As condições em Brasília foram completamente diferentes das que encontraremos no mundial. Os ventos inconstantes e as difíceis condições de navegação contribuíram para a velejada da dupla Torben/Marcelo, muito mais experiente. Era como um campo esburacado, e eles conheciam todos os atalhos?, analisou o proeiro Bruno Prada.
No mundial, Scheidt e Prada terão o ?reforço? do barco novo, de última geração, construído no estaleiro Lilia, na região do Lago Como, Itália. Com ele, a dupla foi terceira na Holland Regatta, em maio, e vice-campeã na Semana de Kiel, em junho, e no campeonato europeu, em agosto, ambos na Alemanha. ?Sem dúvidas, o barco novo nos colocará em melhor posição. Descobrimos durante a temporada européia que podemos ser bastante rápidos com ele?, disse Scheidt, bicampeão olímpico e octo mundial da classe Laser. ?O resultado em Brasília mexeu com a gente. Vamos chegar com mais fome no mundial.?
Para conseguir um bom resultado em San Francisco, a dupla embarca já na segunda-feira para treinar na raia do campeonato e se adaptar aos ventos fortes. ?Além da água fria, de cerca de 10ºC, devemos encontrar uma situação favorável ao nosso excelente preparo físico, com pernas de ventos em través (lateral), que exigem muita força das tripulações em disputa?, afirmou Scheidt.
A dupla sente uma clara evolução no entrosamento durante os nove meses juntos. ?Gritamos muito menos um com o outro durante as regatas do que gritávamos antes. Chegamos aos 90% do nosso potencial, mas esses últimos 10% são mais difíceis, é um trabalho lento, de formiguinha?, analisou Bruno Prada. ?Evoluímos muito a parte técnica, física e de desenvolvimento do equipamento. Falta agora aquele pouquinho que diferencia os muito bons dos campeões, o que só deve surgir com mais competições, treinamentos, manobras, enfim, com mais experiência?, completou Scheidt.
Pan-americano
Após o mundial de Star, Robert Scheidt se concentra em sua preparação para a disputa do pan-americano do Rio de Janeiro, na classe Laser, em julho de 2007. A primeira disputa oficial do velejador na temporada na classe que o consagrou pode ocorrer na Semana Internacional de Vela do Rio de Janeiro, de 10 a 15 de outubro. Conforme afirmou Scheidt, tudo vai depender de como voltar da disputa do mundial.