A delegação feminina salvou o Brasil no primeiro dia das competições de atletismo no Estádio da Universidade de York. Afinal, as três únicas medalhas obtidas pela equipe foram conquistadas por mulheres: Juliana Gomes dos Santos (ouro nos 5.000m), Jucilene Sales de Lima (bronze no dardo) e Keila Costa (prata no salto triplo). Enquanto isso, os homens fracassaram.
A maior decepção veio no salto com vara, pela manhã. Thiago Braz era favorito ao ouro dos Jogos Pan-Americanos, mas não acertou nenhum salto, mesmo resultado de Fábio Gomes. À noite, esperava-se mais de Darlan Romani no arremesso de peso,
O brasileiro vinha arremessando regularmente acima de 20 metros e com o novo recorde nacional, de 20,90m. Mas não conseguiu se aproximar disso no Pan. Passou dos 19 metros em apenas duas das seis tentativas, terminou com 19,74m como melhor marca e amargou um sexto lugar.
“Estava pensando em arremessar muito e acabou não saindo foi nada. Estava treinando bem, mas é dia. Você cria uma expectativa pelos treinos, pelo que você estava sentindo e acaba não saindo, é um pouco constrangedor, mas vale como experiência”, disse ele, após a prova.
O ouro do peso acabou com o jamaicano O’Dayne Richards, que assumiu o terceiro lugar do ranking mundial com seus 21,69m. Darlan tinha condições de beliscar a prata, que ficou com o canadense Thimothy Nedow (20,53m). O argentino German Lauro, sexto na última Olimpíada, ganhou o bronze, com 20,24m.
Nos 10.000m metros, Giovani dos Santos liderou a prova durante toda a primeira metade, perdeu a posição, mas a recuperou, ficando à frente dos rivais nas últimas voltas. Nascido na Somália, o canadense Mohammed Ahmed mostrou mais fôlego na fase final e ficou com o ouro. A prata foi para Aron Rono (EUA) e o bronze para Juan Luis Barrios (México). Giovani acabou desclassificado.
Já nos 3.000m com obstáculos não havia grande expectativa pelo resultado de Jean Carlos Machado, que terminou em oitavo. O Canadá fez dobradinha, com Matt Hughes e Alexandre Genest. Cory Leslie garantiu o bronze para os EUA.
NA FINAL – Enquanto o Pan já estava rolando em Toronto, Flávia Maria de Lima fez o índice olímpico participando de uma prova em São Bernardo do Campo (SP). Isso fez ela chegar com a moral ainda mais alta para brigar por uma medalha pan-americana. Nas eliminatórias dos 800m, venceu sua bateria com 2min02s39 e avançou à final, quarta-feira à noite. Erika Lima ficou em quinto na outra série, com 2min06s44, e acabou eliminada.
“O tempo foi bom para uma semifinal. Amanhã (terça) correr para tentar melhorar a marca. A prova foi bem cansativa, tive que correr muito atrás. Corri a primeira volta um pouquinho errado, na segunda volta tive que correr atrás do prejuízo. Fiquei muito por fora, nisso perdi muito tempo”, explica Flávia, revelação de apenas 22 anos.
À noite, ela e Keila Costa, medalhista de prata no salto triplo, foram as únicas brasileiras com bons resultados. No lançamento do martelo, os cortes nas delegações de quase todos os países, exigidos pela organização do Pan (porque o limite de atletas havia sido excedido no atletismo), fizeram o Brasil ficar sem representantes. Venezuela (ouro), EUA (prata) e Canadá (bronze) foram ao pódio.
Por fim, nos 100m com barreiras, as brasileiras não chegaram à final. Adelly Santos (13s08) e Fabiana Moraes (13s28) ficaram na semifinal, sem alcançar seus melhores resultados no ano. Como comparação, o índice olímpico é 13s00.