O Ministério Público do Paraná (MP-PR) promete apertar o cerco para impedir que Federação Paranaense de Futebol (FPF) e Atlético marquem o Atletiba de 21 de abril, pela penúltima rodada do 2.º turno do Campeonato Paranaense, para o Ecoestádio. O MP-PR, que junto com a Polícia Militar já enviou um ofício à FPF proibindo a realização do jogo no Barigui, admite até instaurar uma medida judicial para vetar o clássico no estádio do J. Malucelli.
Diante do impasse, a FPF segue sem se pronunciar sobre o local do Atletiba. O duelo, que pode definir os rumos do returno do Estadual, já que os dois times seguem na briga pelo título, deverá ter seu local definido somente 72 horas antes da partida, contrariando o pedido do Ministério Público do Paraná e da Polícia Militar, que pediram que a entidade desse uma resposta até o final da tarde de ontem.
Uma reunião aconteceu ontem à tarde, envolvendo representantes da FPF, do Ministério Público e da PM. Segundo a assessoria de imprensa do MP-PR, um novo encontro deve ser marcado ainda nesta semana para tentar resolver o problema. Foi informado ainda que, durante a reunião, o presidente da FPF, Hélio Cury, se mostrou surpreso com o ofício, e alegou que o Ecoestádio está adequado para receber os jogos do Campeonato Paranaense, assim como vem acontecendo, mas em partidas de menor porte. A promotora de justiça da Defesa do Consumidor, Cristina Corso Ruaro, rebateu a tentativa da FPF e enumerou diversos riscos de segurança que sustentam a proibição da realização do clássico no local.
Esses itens foram embasados no ofício enviado também pela Polícia Militar, que considera o clássico Atletib no Ecoestádio um fator de risco à segurança dos torcedores e das pessoas que frequentam o Parque Barigui e o Shopping Barigui, que são locais vizinhos ao Janguitão. “No domingo, a movimentação de pessoas no parque e no shopping é muito grande. Uma série de pessoas que não tem nada a ver com o jogo podem se prejudicar com um possível confronto entre as duas torcidas. Não tem como fazermos o isolamento da área, como acontece em outros estádios, para tentar coibir a violência de torcedores que saem de casa, e não entram no estádio, se encontrando em locais para brigar”, explicou o major Dorian Nunes Cavalheiro, chefe do Planejamento do Policiamento da Capital.
Sem o Ecoestádio, para que o maior clássico do futebol paranaense não seja realizado fora de Curitiba, as opções – pouco prováveis – são Vila Olímpica do Boqueirão e Couto Pereira.