Editada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para moralizar o futebol brasileiro, a polêmica medida provisória que transforma clubes profissionais em empresas deverá ser derrubada hoje pelos deputados por falta de acordo. Há pressão da chamada bancada da bola, formada por parlamentares ligados a clubes de futebol, para que a MP seja rejeitada.
Também não deve ser aprovado o projeto de conversão do deputado Ronaldo Cézar Coelho (PSDB-RJ) – atual secretário de Saúde do Rio de Janeiro -, porque o parlamentar elaborou um texto que desfigura a idéia original do governo. A MP foi concebida depois dos trabalhos da CPI do Futebol no Senado, quando foi feita uma radiografia das irregularidades praticadas pelos dirigentes dos clubes.
Enquanto a MP obriga todas as entidades profissionais a virarem empresas para forçá-las a prestar contas sobre a aplicação de seus recursos, a proposta de Coelho é bem mais light. De acordo com o texto do atual secretário municipal de Saúde, somente as entidades com faturamento superior a R$ 1,8 milhão terão o formato de empresa.
Solução
Ontem, assessores jurídicos do Ministério dos Esportes, responsável pelas articulações no Congresso em defesa da proposta original do governo, estavam reunidos na tentativa de encontrar uma solução para o impasse. Segundo informações do líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), o governo pode editar outra proposta de forma a incorporar reivindicações de clubes e parlamentares.