Movimento pede mais condição para assistir jogos na Arena

Para alguns torcedores do Atlético, jogos na Arena da Baixada deixaram de ser apenas um momento de entretenimento e se tornaram um problema. O amontoado de atleticanos encostados no alambrado durante as partidas tem causado discussões sérias e preocupação, principalmente aos sócios com cadeiras no setor Getúlio Vargas inferior.

Com um grupo em pé, próximo ao gramado, os sócios das primeiras fileiras precisam subir às cadeiras para assistir ao jogo. Alguns estão incomodados em ter de ficar em pé e pedem uma medida da diretoria.

Na última semana, um grupo de torcedores iniciou um movimento para tentar encontrar uma solução e, segundo o grupo, evitar uma confusão ainda maior. “Isso vai acabar gerando uma confusão muito grande. O pessoal do meu grupo está começando a discutir com o pessoal que está à nossa frente”, contou o consultor Rogério David, 46 anos, sócio do clube há seis anos.

Rogério é um dos sócios que está à frente do movimento para tentar com que a diretoria tome uma providência. “Estou há mais de um ano constantemente reclamando, pedindo, implorando. Tenho feito várias denúncias. Já tentei o conselho de ética, o site do Atlético e nada é feito”, lamentou Rogério, que tem mais duas cadeiras na família.

Com 62 anos, Karin Lopes de Oliveira é frequentadora assídua da Baixada, se tornou sócia para não sofrer mais nas filas para compra de ingressos e agora tem problemas para enxergar o gramado. “Ou eu fico em pé na cadeira ou fico olhando quem está na frente”, lamentou a torcedora. “Eu não falo mais nada para não brigar”.

O analista de marketing Henrique Coelho Netto, 24 anos, se sente prejudicado como sócio-torcedor, por não ter a comodidade que esperava ao se associar há quatro anos.

“Me sinto prejudicado. Espero assistir ao jogo em uma posição confortável. A cadeira é feita para sentar não ficar em pé”, destacou, lembrando que em alguns jogos há muita discussão entre os torcedores. “Alguns jogos temos que acalmar os ânimos, mas sempre tem discussão”, comentou.

Bate-boca

Sócio-torcedor, proprietário de uma cadeira no setor Madre Maria inferior, o comerciário Pedro Drabik Neto, 47 anos, não tem problemas para assistir aos jogos, mas está preocupado com a postura de alguns torcedores que ficam próximos à sua cadeira.

“Eu não tenho problema, fico sentado, mas próximo à boca do túnel, tem muita gente em pé e muitas senhoras, idosos, crianças. Eles levantam para reclamar e às vezes o pessoal não sai. No último jogo quase entraram no tapa”, contou Pedro.

A diretoria do Atlético confirma que está ciente das reclamações e que algumas medidas já estão sendo tomadas. Entre elas uma campanha para conscientização dos torcedores.

“Já houve envio de material (para os sócios-torcedres). A área de administração dos jogos está tomando as providências possíveis”, explicou Paulo César Verrardi, diretor de Marketing, que pede compreensão da torcida para com o problema, que não tem como ser solucionado de imediato.

“Não tem resposta de pronto para isso e o atleticano tem que entender. Não é só impor uma regra e você evitará que a pessoa vibre, assista ao jogo, na maior parte do tempo, em pé”, acrescentou.

E mesmo com o clube já buscando uma solução, Verardi sugere mais paciência dos próprios torcedores. “Tem que ter bom senso. É algo que tem que ser administrado, pois são características diferentes. Tem torcedor que prefere assistir ao jogo de maneira mais atuante, vibrante e deixa algumas pessoas incomodadas, que têm o perfil de torcedor mais acomodado, que busc,a o conforto e que tem a mesma importância para o clube”, acrescentou.

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