Em viagem oficial, o governador Roberto Requião não será visto ao lado de Onaireves Moura na próxima terça-feira. Caberá ao vice, Orlando Pessuti, a tarefa de receber o presidente da FPF durante a tradicional reunião da escola de governo, onde será apresentado o projeto do novo Pinheirão para a Copa de 2014.
O documento, elaborado há cerca de dez dias, ainda deverá ser aperfeiçoado com as observações colhidas por representantes da FPF no simpósio sobre estádios modernos, em Portugal. Moura até já convocou presidentes e clubes e ligas do interior do estado para acompanharem o evento.
Até o dia 31, o governo oficializa o estádio da candidatura paranaense ao mundial – e o novo Pinheirão parece cada vez mais fortalecido. A Arena, principal concorrente, é vista como inviável tecnicamente por questões como o entorno repleto de prédios e o estacionamento insuficiente.
Falta consenso pra garantir subsede
Onaireves Moura se mexe para garantir o Pinheirão, o Coritiba se apressa para surfar na mesma onda, o Atlético não desiste de emplacar sua Arena e o Paraná chegou a sugerir a Vila Olímpica do Boqueirão. Mas toda a mobilização dos interessados em abrigar a Copa de 2014 depende da articulação política para garantir Curitiba como uma das subsedes do mundial.
O governo do Estado admite que a batalha não está vencida.
O governador Roberto Requião designou o secretário estadual de Turismo, Celso Caron, e o presidente da autarquia Paraná Esportes, Ricardo Gomyde, para costurarem politicamente a candidatura paranaense.
Ambos já se encontraram com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que disse ter visto com simpatia a pretensão do Estado. O problema é a forte concorrência.
Dezenove cidades já manifestaram interesse em abrigar jogos do mundial. Entre as 12 que serão escolhidas, três parecem garantidas: as óbvias São Paulo e Rio de Janeiro, e Brasília – o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, é forte aliado de Teixeira.
O próprio Gomyde dá outras cinco candidaturas como certas: Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Recife e uma do Norte, que será Manaus ou Belém. ?Teixeira falou que seria impensável descartar a Amazônia pelo que ela representa internacionalmente?, diz.
Assim, restariam quatro vagas. Teoricamente, Curitiba seria a favorita entre as demais postulantes, pela infra-estrutura e destaque econômico. ?O clima mais ameno e a colonização européia também nos são favoráveis?, diz Gomyde.
Mas não há motivos para comemorações. O Estado tem pouca força política e Onaireves Moura, o ?dono? do Pinheirão, não é bem visto na CBF. ?Se a indicação fosse meramente técnica, estaríamos tranqüilos.
Mas sabemos que o lobby político influi e o Paraná não pode cruzar os braços?, sustenta Gomyde.
A briga não termina em 31 de maio, prazo final para as candidatas a cidade-sede responderem o questionário da CBF baseado no caderno de encargos da Fifa, apontarem o estádio e mostrarem seus atributos. As escolhidas só devem ser anunciadas em novembro, quando a Fifa oficializar o mundial. Até lá o lobby continua, e nessas horas o Paraná costuma ser deixado de lado.