Santiago “Morro” García se tornou ontem o maior exemplo de uma briga política dentro do Atlético ao ter sua devolução ao Nacional confirmada pelo vice-presidente do Conselho Administrativo, José Cid Campêlo Filho. O atacante, que chegou em junho de 2011 com o status de maior contratação do futebol paranaense (R$ 6,2 milhões) foi um dos maiores erros também. Não rendeu o esperado em campo, atuou 18 vezes, sem sequer completar uma das partidas, e como promessa de artilharia foi ainda mais medíocre: marcou apenas 2 gols.
Nas eleições do ano passado virou bandeira de campanha dos dois lados. Na então administração seguia como grande promessa, para a oposição era o maior mico e maior desperdício de dinheiro já feito pelo clube. Mário Celso Petraglia levou a melhor, venceu a eleição e se livrou de mais um dos integrantes da então “herança maldita”, como afirma o mandatário. Agora só resta Nieto, que deve seguir o mesmo caminho de “Morro” e retornar para casa. O Quilmes e o San Lorenzo estão interessados no jogador. Guerrón foi o primeiro a ir embora.
Antes mesmo de assumir a presidência, Petraglia já tinha anunciado que ia tentar desfazer o negócio com o Nacional. Mesmo que não vencesse as eleições iria para a Justiça para invalidar a compra. A contestação não era pela qualidade do jogador ou falta da mesma, mas pelo trâmite da negociação, que ia desde as comissões pagas até os valores que seriam gastos com direitos de imagem e salários previstos em um contrato assinado pelo então diretor de futebol Alfredo Ibiapina. Segundo Petraglia pessoa “sem condições jurídicas” para tal medida.
Com detalhes, o presidente apresentou a matemática da contratação, mostrando que ao final dos 5 anos custaria R$ 17 milhões, por um jogador, inclusive, pego em doping.
Numa manobra, o Atlético conseguiu convencer o Nacional a receber o jogador de volta. Não bastasse isso, o Furacão ainda conseguirá reaver os R$ 2 milhões que já foram investidos em 50% do jogador, mas ainda assim terá de arcar com um prejuízo.
“Rescindimos o contrato de transferência deles para nós e o Nacional vai nos ressarcir do que pagamos e não vai cobrar os US$ 1,7 milhões que achava por direito receber. O que perdemos nessa negociação foi pouco perto do que seria o prejuízo ao final do contrato”, explicou Campêlo. O Nacional tem até 2013 para reembolsar o Furacão, com o valor total dividido em quatro parcelas de R$ 500 mil.