Roberto Dias Branco, ou simplesmente Dias, morreu na quarta, aos 64 anos, no Hospital das Clínicas, onde estava internado desde terça-feira em conseqüência de um enfarte. O corpo será velado no salão nobre do Morumbi.

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Franzino, baixo e com as pernas tortas, Dias não tinha o biótipo do craque, mas foi um dos maiores marcadores de Pelé. Versátil, jogou em quase todas as posições, a não ser no gol, nos 14 anos em que vestiu a camisa do São Paulo. Pela seleção brasileira foram apenas 27 jogos.

Dias foi o grande nome do São Paulo que ficou sem títulos de 1957 a 1970, quando a prioridade do clube foi a construção do Morumbi. Clássico, sem deixar de ser raçudo, não se limitava à função de um quarto-zagueiro. Driblava, dava chapéus e sabia cobrar faltas com precisão e classe. Sua técnica lhe garantiu 123 gols na carreira, uma marca expressiva para quem jogava como zagueiro.

Ao lado de Jurandir formou "A Muralha do Morumbi". Foi bicampeão paulista em 1970/71, mas não conseguiu ter sucesso na seleção. "Eu devia ser mais exigente, definir uma posição e não aceitar jogar em outro lugar. Mas sabe como é. O técnico vem, fala, e no fim, a gente aceita qualquer coisa", afirmou em 1967. Com isso, outros jogadores muito menos técnicos e competentes vestiram a camisa verde-amarela e conquistaram até Copa do Mundo. Recentemente, Pelé, mais uma vez, o elogiou como um dos seus maiores marcadores. "O meio-de-campo dava o primeiro combate e, quando o Pelé driblava, eu já estava em cima para fazer o corte.

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