Walter Alves
Moro chegou a chorar, mas a razão falou mais alto na sua decisão.

Conforme a Tribuna deu com exclusividade na terça-feira, Domingos Moro disse não a Gionédis. As lágrimas nos olhos de Moro não deixaram dúvida. Recusar o convite para assumir o comando do futebol do Coritiba partiu seu coração, mas a razão acabou pesando bem mais. Afastado desde 2004 do Alviverde, o advogado e conselheiro era a carta na manga de Giovani Gionédis para reestruturar a área, depois do fracasso na Segundona e acalmar os ânimos nas disputas políticas. No entanto, a reorganização profissional em torno do direito esportivo, a família, os amigos e a própria torcida coxa-branca o convenceram a não voltar dessa forma ao Alto da Glória. Pelo menos neste momento.

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?Difícil, muito difícil. Era necessário tomar essa decisão, mas foi muito difícil?, disse, em lágrimas. De acordo com ele, aceitar o convite para voltar ao Coritiba agora seria uma ?aventura? apenas para satisfazer seu coração.

?Na decisão pesaram minha família, meus amigos e pesou o meu trabalho, que é decisivo. Eu estou desfraldando uma nova carreira, estou trabalhando com honestidade, muito sacrifício e nunca fui tão feliz como sou agora?, justificou.

A decisão já era esperada, mas, mesmo assim, Moro tratou de fazer a comunicação pessoalmente a Gionédis, ontem à tarde, no Couto Pereira, enquanto acontecia um Atletiba pelo sub-20. ?Estávamos só nós dois no camarote da presidência e eu disse a ele que não poderia aceitar o convite por tais, tais, e tais razões?, revelou. Apesar da recusa, segundo Moro, Gionédis entendeu a situação. ?Ele disse, se eu estivesse em seu lugar, com essas razões, eu também teria dito não?, destacou.

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E agora? Será que Moro não volta mais ao Alto da Glória como dirigente? ?Não aceitar agora o convite não significa que eu não possa voltar ao Coritiba e não significa que eu não possa presidir esse clube. A vida vai determinar o rumo das coisas?, projetou.

No momento, o advogado segue com seu escritório de representação esportiva, onde defende inúmeros clubes como o Atlético, o Paraná, o Paysandu, o Brasil de Pelotas, entre outros.

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De qualquer forma, Moro recebeu o convite como uma vitória. ?Houve um reconhecimento do passado recente, vitorioso, campeoníssimo, e traz também o sepultamento de muitas coisas que foram faladas a meu respeito e eram inverdades absolutas?, comemorou.

Para o clube, como um todo, ele deseja sorte, ?muita sorte? e altruísmo. ?O Coritiba precisa parar de valorizar as individualidades, esquecendo do coletivo?, finalizou.

Hoje à tarde, Gionédis dará uma entrevista para falar sobre o assunto e anunciar quem poderá ser o novo diretor de futebol.