Montoya vence o GP do Brasil

São Paulo – Não foi desta vez também que Rubens Barrichello realizou seu grande sonho: vencer o GP do Brasil. O colombiano Juan Pablo Montoya, da Williams, seu amigo, venceu a etapa de encerramento do mundial, ontem em Interlagos. A chuva, ou a indefinição do tempo, prejudicou Rubinho. “Somos os melhores no seco e no molhado, mas o asfalto úmido é o nosso calcanhar-de-aquiles”, afirmou. Ele terminou em terceiro. “Se existia um tabu hoje eu o quebrei”, afirmou, ao completar a prova em terceiro. Kimi Raikkonen, McLaren, foi segundo.

O estresse de todo o fim de semana ficou evidente na condição física de Rubinho no pódio. Sentia uma mistura de tristeza com um certo alívio, talvez como os 69 mil torcedores no autódromo. “Esperava vencer, lógico. Eu rezava na hora da largada para chover ou o asfalto ficar seco, aquela era a pior condição para nossos pneus (Bridgestone).” Mas ao mesmo tempo estava feliz, afinal há dez anos não marcava pontos no GP Brasil. A última foi a quarta colocação, em 1994, com a Jordan, daí falar em tabu. “Se você considerar a condição de nossos pneus, minha recuperação até que foi muito boa, saio de cabeça erguida”, afirmou o piloto da Ferrari.

A imprensa toda cobrou explicações do porquê não ter parado uma volta antes nos boxes, quando a pista começou a secar na 5.ª volta, como fizeram Montoya e Raikkonen, que estavam atrás dele, líder àquela altura. Rubinho ficou até um pouco incomodado: “Para vocês entenderem de vez, os pneus Bridgestone para asfalto seco não funcionam bem como os Michelin (marca usada por Montoya e Raikkonen) se há ainda um pouco de água.”

Disse que ao longo de toda temporada o problema persistiu. “Nas voltas seguintes a minha parada no boxe eles eram bem mais rápidos que eu, perdi a corrida ali.” A Ferrari até utilizou Michael Schumacher, segundo falou, para ajudá-lo. “Creio que a equipe o chamou para o pit stop uma volta antes de mim (5.ª volta) para ter referência de desempenho dos pneus secos naquele momento.”

Felipe Massa, da Sauber, concluiu a corrida em oitavo, marcando um ponto, depois de liderar por duas voltas, e Ricardo Zonta, Toyota, em 13.º. A próxima etapa será na Austrália, dia 6 de março, em Melbourne.

Zonta agradece chance da Toyota

São Paulo –

O brasileiro Ricardo Zonta agradeceu a chance da Toyota a disputar as últimas provas da temporada 2004 da Fórmula 1 – ele substituiu Cristiano da Matta, também do Brasil, dispensado pela equipe. Até então era piloto de testes. Ontem, Zonta foi o 13.º colocado na prova que encerrou o campeonato, em Interlagos, São Paulo, e deverá ocupar a antiga função no ano que vem, já que a escuderia contratou o italiano Jarmo Trulli e o alemão Ralf Schumacher.

O piloto, apesar de não ter marcado pontos, acredita que a Toyota fez um bom trabalho neste final de semana. “Eu agradeço a oportunidade dada pela Toyota neste encerramento de campeonato e por ter disputado uma corrida em casa”, afirmou Zonta.

Em casa

Montoya tinha motivos extras para comemorar a vitória no GP do Brasil. A corrida em São Paulo é a única etapa da temporada da categoria na América do Sul, então, vencer em Interlagos, para onde ruma a maior parte da torcida colombiana, foi uma vitória em casa. E não faltou vibração, dentro do cockpit e fora dele. “É inacreditável! As primeiras voltas foram muito difíceis pois perdi algumas posições na largada por causa dos pneus, que estavam frios. Mas depois peguei mais aderência do que os outros”, disse.

Apesar de decepcionado, público aplaude Rubinho

São Paulo –

Os quase 70 mil torcedores que adquiriram ingresso chegaram a Interlagos otimistas, apostando na primeira vitória de Rubens Barrichello no Brasil. Com a pole do brasileiro, sem a concorrência de Michael Schumacher, que largou apenas em 18.º lugar, e com o apoio da Ferrari, Rubinho era realmente o favorito. O primeiro lugar não veio, mas o público, apesar de decepcionado, reconheceu que o piloto trabalhou bem e o aplaudiu bastante após o GP. De acordo com a maioria, a estratégia da Ferrari foi ruim e não o desempenho de Rubinho na pista.

Foi surpreendente a boa presença da torcida em Interlagos. Para os treinos de sexta-feira, houve 14.300 pessoas, para sábado, 52.600 e, hoje, 69.230. Muita gente afirmou ter ido ao autódromo pelo amor ao esporte, pouco se importando com o fato de a temporada já ter um campeão, Schumacher. “Vim porque queria ver a corrida, os pilotos, os carros”, afirmou Renato Bicudo Ferraro, gerente de vendas.

Os famosos, como ocorre em todos os anos, estiveram presentes. Além da supermodelo Gisele Bündchen, que deu a bandeirada final, prestigiaram a corrida os apresentadores de televisão Luciano Huck e Fernanda Lima, o nadador Fernando Scherer e a modelo Ana Beatriz Barros, entre outros.

Diversão

Um dos momentos de maior descontração na tarde foi pouco antes da hora da largada, quando os pilotos se juntaram para a foto oficial do Grande Prêmio do Brasil. Como Schumacher estava um pouco atrasado – fazia rápido discurso no camarote da Shell -, seu lugar na cadeira ficou vago.

Juan Pablo Montoya, então, pegou o burrinho inflável, um boneco encontrado numa fábrica da Jaguar, dias antes do GP da Bélgica, que se tornou mascote da equipe, e o colocou na vaga do alemão. Quando chegou ao local, Schumacher viu seu assento ocupado pelo bicho e, sem outra opção, recorreu ao colo de Rubinho. Os torcedores, é claro, não perderam a oportunidade de debochar do campeão. “Bicha, bicha, bicha”, gritaram. O ferrarista, de bom humor, saiu do colo do brasleiro e sentou-se em seu lugar.

Barrichello: saio de cabeça erguida

São Paulo –

O domingo parecia perfeito para Rubens Barrichello conquistar a sua primeira vitória no GP do Brasil de F-1. Mas a chuva que caiu no autódromo de Interlagos, em São Paulo, cerca de 15 minutos antes da largada, atrapalhou os planos do piloto brasileiro, que largou na frente pela 13.ª vez na carreira.

Pelo menos é essa a opinião de Rubinho. “Foi uma corrida muito, muito difícil. Pena que não vencemos. Se a pista estivesse seca, a história seria outra. Se estivesse molhada, também. Nós temos pneus muito bons, mas nestas condições, com asfalto apenas úmido, nossos concorrentes são realmente bons. Saio com a cabeça erguida”, disse.

Rubinho não conquistou a vitória que um brasileiro não alcança desde 1993, quando Ayrton Senna venceu o GP daquele ano. Pelo menos, ele acabou com um jejum de dez anos sem um brasileiro chegar ao pódio.

“Se existia um tabu, ele foi quebrado hoje. Claro que eu esperava vencer e neste sentido estou um pouco desapontado, mas também estou feliz pelo pódio”, afirmou o piloto, vice-campeão mundial com 114 pontos e que será pai pela segunda vez. Sua mulher Silvana, está no segundo mês de gravidez e já se sabe que será um menino. O casal tem um filho de três anos, cujo nome é Eduardo.

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