Sinal dos tempos na Fórmula-1. Williams e McLaren disputaram ontem o GP de Mônaco do início ao fim, deixando a Ferrari quase como uma coadjuvante. No final, o colombiano Juan Pablo Montoya quebrou um jejum de 20 anos sem vitória da Williams no circuito mais charmoso da categoria. O finlandês Kimi Raikkonen, da McLaren, chegou em segundo e aumentou para quatro pontos sua vantagem na classificação do campeonato em relação ao vice-líder Michael Schumacher, que terminou a corrida do Principado em terceiro lugar.
O melhor rendimento dos pneus Michelin, da Williams e McLaren, sobre os Bridgestone da Ferrari foi fundamental no resultado da corrida. O problema também afetou Rubens Barrichelo, que chegou apenas na oitava colocação. Desta forma, o brasileiro perdeu a terceira colocação no Mundial para o espanhol Fernando Alonso, que chegou em quinto e somou 29 pontos, dois a mais que Rubinho. Montoya está em quinto, com 25 pontos.
“A corrida foi desapontadora. Toda vez que tentei aumentar o ritmo, peguei tráfego e fiquei preso. Em nenhum momento tive condições de exigir o máximo do carro. É impossível ultrapassar aqui, e tendo perdido uma posição na largada, não consegui melhorar depois”, lamentou Rubinho.
A posição que Rubinho perdeu na largada foi resultado de uma das raras ultrapassagens nas ruas apertadas de Monte Carlo. Alonso tirou a sétima posição do brasileiro. A ultrapassagem mais importante da corrida – a de Montoya sobre Raikkonen, que largara em segundo – aconteceu logo na primeira curva. Ralf Schumacher manteve a liderança mas seu irmão foi um dos que ficaram presos atrás de Jarno Trulli. Na primeira série de pit stops, Ralf perdeu posições para Raikkonen e Montoya.
As segunda e última série de pit stops, a partir da 48.ª volta, decidiu a corrida a favor de Montoya. Raikkonen voltou atrás do colombiano, cuja equipe teve melhor desempenho na pista e nos boxes. Schumacher, o último a parar do pelotão de frente, ainda mostrou por que é o melhor piloto da F-1 ao conseguir roubar o terceiro lugar de Ralf tirando a diferença na pista. A ordem dos carros depois do último pit stop foi mantida até o fim, com uma chegada bem próxima dos três primeiros colocados, que não encontraram espaço para ultrapassar.
“Pela primeira vez eu terminei uma prova aqui. E acho que terminei muito bem. Ganhar aqui é como vencer as 500 Milhas de Indianápolis”, afirmou um entusiasmado Montoya, que venceu pela segunda vez na Fórmula-1.
A vitória de Montoya impediu que Schumacher alcançasse o recorde de Ayrton Senna, que venceu seis vezes em Mônaco.
O brasileiro Cristiano da Matta, da Toyota, terminou em nono lugar. Já Antônio Pizzonia, da Jaguar, abandonou a corrida na 12.ª volta por causa de problemas eletrônicos.
No GP de Mônaco, a McLaren passou a Ferrari no Mundial de Construtores. Está com 73 pontos, dois a mais que a escuderia italiana. O inglês Jenson Button, da BAR, não correu porque sofreu acidente, sem maiores conseqüências, no treino de sábado.