Mirella Arnhold, considerada a melhor esquiadora que o Brasil já teve, decidiu deixar as competições após a participação na prova de slalom gigante dos Jogos Olímpicos de Inverno de Turim-06, que será realizada a partir das 5h30 (de Brasília) de hoje.
Aos 22 anos, Mirella pretende abandonar a pesada rotina de uma atleta de alto rendimento para se dedicar à faculdade de Administração de Empresas, trancada para que a esquiadora pudesse se preparar para a sua segunda edição de Jogos Olímpicos.
"É uma decisão difícil, mas está tomada. Foram onze anos competindo, trocando as férias por períodos de treinamento e está cada vez mais complicado conciliar a vida de atleta com os estudos e trabalho. Acho que chegou a hora", afirma a esquiadora.
Mirella conheceu o esqui aos 4 anos, incentivada pelo pai, Stefano Arnhold, presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN). Em 94, aos 11 anos, competiu pela primeira vez em um campeonato brasileiro, vencendo em sua categoria. Mirella é octocampeã brasileira e chegou na 48.ª colocação no slalom gigante nos Jogos Olímpicos de Salt Lake-02, onde foi a porta-bandeira da delegação brasileira na Cerimônia de Abertura.
"Meu objetivo sempre foi o de servir de exemplo. Espero que depois de tudo o que fiz, outras meninas do Brasil vejam que é possível correr atrás do sonho olímpico e continuem desenvolvendo o esqui alpino brasileiro", explicou Mirella. "É uma pena. A Mirella levou o esqui brasileiro a outro patamar. Perdemos uma grande competidora", disse Stefano Arnhold.
Mirella evita fazer uma previsão para sua última prova olímpica. "Eu quero esquiar bem, fazer duas descidas boas e sentir que fiz o meu máximo. Espero assim estar abrindo as portas para outras brasileiras que queiram competir em outras edições de Jogos Olímpicos", afirmou a melhor esquiadora do país.