Com gols de Alan Bahia e Marin,
o Atlético eliminou o Tubarão,
sábado, e garantiu a vantagem.

Mesmo classificado para a final do Campeonato Paranaense, o técnico Casemiro Mior continua sendo questionado pela torcida do Atlético. No sábado, na Kyocera Arena, novamente ele foi chamado de ?burro?, além de ter sua cabeça pedida em determinado momento da partida contra o Londrina. Tranqüilo, ele diz que o torcedor ainda vai entender o trabalho que está sendo feito, mas que fecha os ouvidos nessas horas.

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?Eu sempre falo que só tenho olhos e não tenho ouvidos. Desde quando eu jogava. O torcedor, claro, paga, mas espero que com o tempo ele possa entender e ver o trabalho que está sendo feito?, rebate. Segundo o treinador, os resultados estão falando por si e mostram que o Rubro-Negro, sob seu comando, está no caminho certo. ?Nos últimos quatro, cinco jogos, ganhamos de cinco do Londrina, quatro do Roma, quatro do Londrina, três do Londrina e não sei, não vejo nenhuma equipe que tenha feito mais gols do que o Atlético?, aponta.

Por isso, ele diz, não há abatimento com o protesto dos torcedores. ?Isso não me abate e é só um motivo a mais para que me dê forças para nós podermos trabalhar cada treino, cada partida, com o Atlético melhorando cada vez mais?, discursa. Para ele, agora é momento apenas de pensar na decisão do Campeonato Paranaense. ?O Atlético é o time que mereceu e está na final?, destaca.

A escalação de Cocito e Alan Bahia, dois volantes de marcação, mais os tradicionais três zagueiros foram o motivo dos protestos da torcida, que chegou a puxar um coro de ?fora Casemiro? atrás do banco de reservas. No entanto, Mior explicou que preferiu esse time teoricamente mais defensivo devido a problemas físicos de Evandro. ?Nós temos que ter um cuidado porque o Evandro tem aquele probleminha do púbis e não está 100%. Então, é a mesma coisa do Cocito, do Maciel, que hoje (sábado) fez o primeiro jogo 90 minutos. Muitos problemas eu não posso tornar públicos, mas eu tenho que trabalhar isso, gerindo o grupo e fazendo o melhor para o Atlético?, revelou.

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Outro que passou mal, segundo o treinador, foi o meia Fabrício. ?No intervalo, ele falou que estava sentindo dificuldades e eu falei para ele ir mais dez, quinze minutos e dar ao máximo e depois eu tiro. Isso era previsto para que o Evandro pudesse entrar no jogo?, finaliza.

Virada veio em seis minutos, mas com vaias

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O Atlético só precisou de seis minutos para ?detonar? o Tubarão e confirmar presença na final do Campeonato Paranaense. Após uma etapa inicial marcada pelo desinteresse do time rubro-negro – resultado da ampla vantagem construída no primeiro jogo – a virada veio de forma fulminante.

Casemiro Mior armou seu time com segurança defensiva, escalando Cocito no meio-de-campo. O excessivo respeito deu esperanças ao Tubarão, principalmente após a marcação do primeiro gol, logo aos 17 minutos. Até então, o Atlético tivera uma única chance, quando Maciel ?carimbou? o travessão.

Na cobrança do terceiro escanteio consecutivo, Nem só rolou para Edmílson, livre de marcação, chutar forte e vencer Diego: 1×0. A torcida não perdoou a falta de empenho da equipe e passou a vaiar o Rubro-Negro. O desastre só não foi maior porque o Londrina tinha pouco poder de fogo. Se a torcida vaiou, Casemirou só esperou o intervalo para dar uma dura no seu time. Apesar da repreensão, foi do Tubarão a primeira oportunidade no segundo tempo, com Diego salvando o Atlético na finalização de Alex Paulista.

Nesse momento, o técnico atleticano mudou o meio-de-campo, com Rodrigo Souto e Evandro entrando nas vagas de Cocito e Fabrício. A reação foi imediata, com o Rubro-Negro se lançando à frente. Controlando as ações, a virada não tardou. Durval, aos 18 minutos, empatou. Dois minutos depois, Marín cobrou falta e a bola desviou em Danilo, tirando Vilson da jogada. A vitória foi confirmada pouco depois, com Alan Bahia escorando levantamento de Marín.

Com o placar adverso, o Londrina jogou a toalha e a goleada só não se confirmou porque Dênis Marques não esteve em tarde inspirada. Nem mesmo as alterações processadas por Zezito recolocaram o Londrina no jogo. O Atlético ainda reclamou penalidade máxima sobre Etto, mas o árbitro Francisco Carlos Vieira não marcou e não deu um minuto de acréscimo sequer. Pelo contrário. Trinta segundos antes dos 45 minutos regulamentares ele apitou o final da partida.

CAMPEONATO PARANAENSE
Semifinal – Jogo de volta
Local: Kyocera Arena
Árbitro: Francisco Carlos Vieira
Assistentes: Francisco Aurélio do Prado e José Amilton Pontarolo
Gols: Edmílson aos 16 do 1.º tempo; Durval aos 18, Marín aos 21 e Alan Bahia aos 24? do 2.º tempo
Cartão amarelo: Nem
Renda: R$ 85.725,50
Público pagante: 6.038
Público total: 7.566

Atlético 3 x 1 Londrina

Atlético
Diego; Danilo, Durval e Marcão (Tiago Vieira); Etto, Cocito (Rodrigo Souto), Alan Bahia, Fabrício (Evandro) e Marín; Maciel e Dênis Marques. Técnico: Casemiro Mior

Londrina
Vilson; Alex, Nádson e Rodrigo; Cassiano, Edmílson, Gian (Henrique), Nem (Renan) e Thyerson; Bolão (Juari) e Alex Paulista. Técnico: Zezito

Leandro confirmado. E vem mais no Brasileirão

O Atlético confirmou a contratação do meia e ala-esquerdo Leandro, que estava atuando no Ferencvaros, da Hungria. Brasileiro, mas naturalizado húngaro e com passagens pela seleção daquele país, ele vem para reforçar o Rubro-Negro no Campeonato Brasileiro e seqüência da Copa Libertadores da América. Além dele, o clube deve procurar mais jogadores para reforçar o elenco, enquanto outros devem deixar a Baixada.

?O Leandro é um menino natural de Cornélio Procópio e é um jogador consagrado internacionalmente. É um menino que conseguiu seu espaço graças a seu empenho e seu talento e hoje é um daqueles convocados para a seleção húngara?, avalia João Augusto Fleury da Rocha, presidente do Furacão. De acordo com o dirigente, foi feita uma proposta ao jogador para que ele retornasse ao Brasil e recuperasse sua identidade com o futebol nacional. ?Ele será importante para compor o grupo, ficará à disposição do treinador e é capaz de atuar com muita naturalidade no lado esquerdo do gramado, como armador ou lateral?, destaca.

Com essas apresentações, Leandro chega cercado de expectativas, pois é nome certo nas listas de convocações do técnico da seleção húngara, Lothar Mätheus. ?Foram cinco anos de Europa e achei que estava na hora de voltar ao Brasil e ficar mais perto dos meus familiares?, explica. Antes do Ferencvaros, ele atuou no MTK Budapeste, Büki TK e Haladás Szombathely, todos da Hungria. ?Espero corresponder e fazer um bom campeonato pelo Atlético?, projeta. Ele chega por empréstimo até o final do ano e, caso tenha um bom desempenho, deverá ter os direitos federativos comprados pelo Rubro-Negro.

Junto com ele, outros jogadores ainda poderão chegar para o Furacão. Um desses nomes poderá ser o lateral-esquerdo Beto, do Ipatinga. O presidente atleticano não confirma essa possibilidade, mas revela que olheiros do clube estão acompanhando de perto o Campeonato Mineiro. ?Aqueles atletas que se destacarem poderão receber uma proposta nossa. Neste momento, não há nenhuma negociação encaminhada?, informa.

Enquanto isso, alguns atletas deverão deixar o Atlético, negociados com clubes brasileiros ou do exterior. É o caso do atacante Jorge Henrique, que tem propostas do Figueirense. A direção rubro-negra não confirma, mas ele deverá reforçar o clube catarinense no nacional.