Após reunião de mais de uma hora com o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, o ministro do Esporte, Orlando Silva, garantiu nesta sexta-feira que os principais gargalos de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014, como as obras dos aeroportos e dos estádios, estão equacionados. “Caiu a ficha e a locomotiva entrou nos trilhos. Agora só falta subir o último vagão, o das obras em São Paulo”, disse ele, referindo-se ao estádio do Corinthians.
O ministro contou que Valcke demonstrou “especial preocupação com o estado dos aeroportos” das 12 cidades brasileiras que sediarão jogos na Copa de 2014. Mas ficou mais tranquilo, segundo Orlando Silva, ao ser informado do conjunto de medidas adotadas para o setor e do empenho pessoal da presidente Dilma Rousseff em cobrar agilidade nas obras.
“Ele [Jerome Valcke] ficou extremamente satisfeito com as novidades que nós apresentamos e muito feliz com a confiança e a convicção que não é um assunto apenas do Ministério do Esporte. A preparação do Mundial é um assunto da agenda da presidenta da República”, afirmou Orlando Silva.
Orlando Silva também detalhou as gestões do governo para aprovação da Lei Geral da Copa, que foi sugerida pela Fifa e finalizada na reunião desta sexta-feira. Com 42 artigos, ela contempla a organização do evento, direitos de geração e distribuição de imagem, comércio de produtos e proteção de marcas e patentes.
O texto será enviado ao Congresso agora em maio, para ser votado em regime de urgência. E Orlando Silva espera que esteja em vigor até o dia 30 de julho, data do sorteio dos grupos para as Eliminatórias da Copa. Ele anunciou um esforço concentrado junto aos partidos, inclusive da oposição, para a rápida aprovação. “Esse é um tema que interessa ao Brasil e tenho certeza que a oposição será sensível”, afirmou o ministro.
O governo brasileiro comprometeu-se a facilitar os vistos de entrada no País tanto de torcedores quanto de pessoas que irão trabalhar ou participar da competição. Além disso, prevê adotar medidas especiais para evitar a ação dos cambistas na comercialização dos ingressos para os jogos do Mundial. Outra medida será o combate à pirataria dos produtos relacionados ao evento.
A Fifa também fez concessões. Uma delas foi permitir que as emissoras que não detenham direitos de transmissão veiculem até 3% das imagens dos jogos e eventos da Copa, a título de flagrante jornalístico. Afinal, esse é um dispositivo previsto na legislação brasileira que não há em outras partes do mundo.