Ministro quer lei de incentivo fiscal

Aprovar uma lei de incentivo fiscal e o Estatuto do Desporto ainda no primeiro semestre de 2003 são as prioridades do ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, que participou ontem da posse do secretário estadual de Esportes e Lazer do Rio, Francisco de Carvalho, o Chiquinho da Mangueira, no Maracanã.

O novo ministro destacou que a criação da nova lei permitirá às empresas investirem no esporte. “A idéia é a de ampliar o financiamento no esporte como um todo. Vamos fazer com que as empresas privadas invistam em algo positivo, saudável, de sucesso, além de promover o desenvolvimento do povo brasileiro” disse Agnelo Queiroz. “Além da lei, temos vários programas que vão custar, por exemplo, o investimento de R$ 20 por criança. Imagine o que significa e o retorno que dará este valor ante R$ 1.200 gastos para um custear presidiário?”

Outra intenção de Agnelo Queiroz é a de lutar para que cerca de 9% do dinheiro arrecadado com as rendas dos bingos sejam repassados para o Ministério. Ele defendeu que a Caixa seja o órgão responsável por fiscalizar e administrar as operações com as casas de jogos.

O ministro ainda assegurou que assim que for resolvido o problema com o Legislativo poderá pensar durante três anos e meio na promoção do esporte para as crianças. Citou que um dos projetos a ser desenvolvido será o de um convênio entre o Ministério, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Social do Comércio (Sesc). Nele, cerca de 400 piscinas do Sesi e Sesc serão disponibilizadas para atender a cerca de 500 mil pessoas praticantes da natação.

Apesar do entusiasmo, o ministro do Esporte se mostrou inconformado com a atual situação orçamentária do órgão. Ele recebe o menor repasse do orçamento da União e revelou sua disposição por mudar esse quadro. “Mas também vamos contar com a boa vontade e disposição da sociedade brasileira para participar de um grande mutirão, onde nossas crianças serão inseridas no esporte e afastadas das drogas e violência”, explicou.

O ministro confirmou que vai defender junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que as parcerias entre instituições privadas e as confederações brasileiras de esporte sejam mantidas. “O Banco do Brasil lucrou muito com a parceria com o vôlei. Teve um retorno de imagem, ampliou sua faixa etária de correntistas e ainda promoveu o desenvolvimento do esporte brasileiro”, frisou Agnelo Queiroz. “Por que acabaria com este tipo de parceria?”

Futebol bem “explorado”

O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, quer transformar o campeonato brasileiro em uma atração internacional. Para atingir seu objetivo, ele quer forçar os clubes a se organizarem administrativamente para promoverem uma competição com qualidade e credibilidade.

“Não é possível nós pagarmos para ver o futebol espanhol e italiano e não vendermos nosso futebol ao mundo”, disse ele.

“Gosto deste calendário do campeonato brasileiro, de pontos corridos, porque para vender fica mais fácil. Vamos fazer do futebol um produto como a NBA (liga de basquete norte-americana)”, defendeu Agnelo Queiroz, que reafirmou sua disposição de fiscalizar os clubes brasileiros. Ele frisou que zelará pela ética e transparência e, para isso, ameaçou punir os que se rebelarem contra a Medida Provisória de “moralização” do futebol.

“O futebol é uma atividade privada que tem interesse público e, por isso, o Estado não pode ser omisso”, reforçou o ministro. Ele explicou que vai conversar com dirigentes dos clubes e ainda prometeu uma solução para as dívidas dos times com a União.

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