O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, reconheceu nesta terça-feira, em Fortaleza, que a área de segurança é uma preocupação para a Copa. De acordo com ele, o governo brasileiro está trabalhando para que as eventuais manifestações de rua durante a realização do Mundial no Brasil aconteçam de forma democrática e pacífica.
“Temos problemas na área de segurança. Tivemos informações que militares do Exército ainda treinam cantando canções contra os companheiros do Araguaia. Infelizmente, em alguns setores permanece essa mentalidade de ver manifestante como inimigo”, comentou o ministro. “Mas também não vamos tolerar manifestação violenta.”
A declaração foi dada durante o seminário “Diálogos: Governo-Sociedade Civil: Copa 2014”, que tem por objetivo debater com os movimentos sociais e representantes da sociedade a fim de esclarecer a população sobre as iniciativas e ações desenvolvidas para a Copa do Mundo. A estratégia reúne governo e lideranças locais em cada uma das 12 cidades-sede do Mundial – Fortaleza foi a sexta visitada.
Durante o encontro, Gilberto Carvalho respondeu dúvidas sobre a realização da Copa. “Ano passado, permitimos que uma onda criminalizasse a Copa”, disse, admitindo um erro de condução do processo durante as manifestações, muitas vezes violentas, que aconteceram nas sedes da Copa das Confederações.
No encontro, também houve a distribuição de uma cartilha com dados informativos sobre os investimentos públicos e privados feitos em áreas como segurança, mobilidade urbana, aeroportos, portos, telecomunicações, infraestrutura turística e instalações complementares. A cartilha demonstra que entre 2007 e 2013 o total de investimentos com a Copa do Mundo somou R$ 25,6 bilhões, enquanto os recursos para Educação somaram R$ 311,6 bilhões e para a Saúde, R$ 447 bilhões.
Desde janeiro, o Palácio do Planalto estuda dar mais transparência aos gastos da Copa do Mundo, com o objetivo de mostrar os benefícios para o Brasil e esclarecer as críticas ao evento. A ideia é mostrar quanto custou cada arena, as obras de mobilidade, telecomunicações e infraestrutura do Mundial e até mesmo compará-las com as que foram feitas em outros países.
Em Fortaleza, Gilberto Carvalho assegurou que as obras de infraestrutura iniciadas e não concluídas até a competição terão continuidade. “A Copa não pode parar com fim dos jogos. Os compromissos assumidos terão continuidade”, afirmou.