Depois de proibir torcidas mistas nos clássicos para evitar confrontos entre rivais, o Ministério Público de São Paulo mostra preocupação com as brigas entre torcedores do mesmo clube. Para minimizar conflitos como esse, o MP enviou ofício à Federação Paulista de Futebol recomendando que seja proibida a entrada de pessoas com faixas ou adereços da organizada Independente, do São Paulo, aquela que vem se envolvendo em mais conflitos em 2019. A federação vai acatar o pedido. A organizada disse que ainda não foi informada oficialmente da determinação. Torcidas de outros clubes podem sofrer a mesma sanção.

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A proibição é válida a partir do primeiro jogo do clube após a paralisação da Copa América. No dia 13 de julho, o São Paulo recebe o Palmeiras no Morumbi pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, na retomada do torneio.

“Nossa recomendação é que ninguém entre com camisas, faixas e adereços. Popularmente, a torcida está impedida de entrar. Não temos como controlar as pessoas. Pelo menos vamos impedir que entrem com símbolos e faixas da Independente. É uma medida preventiva”, diz Pedro Eduardo Camargo Elias, promotor de Justiça do Juizado Especial Criminal (JECRIM) e do Anexo do Torcedor, ao Estado.

A ação do Ministério Público foi motivada por um ofício do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar. No documento, a PM informa vários problemas causados pelo torcida. O mais recente ocorreu no confronto entre São Paulo e Cruzeiro, no dia 2 de junho, pelo Campeonato Brasileiro, quando membros da torcida participaram de uma briga generalizada na Praça Charles Miller, em frente ao Pacaembu. Ainda de acordo com a polícia, os integrantes arremessaram pedras e garrafas contra a PM.

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Foram presos 83 torcedores, sendo 55 membros da torcida e outros 26 da escola de samba da Independente. O Boletim de Ocorrência foi elaborado por provocação de tumulto.

A Polícia Militar mostra preocupação com a presença de torcedores do São Paulo do Movimento Tradição, formado por dissidentes da Independente, originários da subsede Campinas. “Eles costumeiramente têm comparecido aos jogos e existem informações de animosidade em relação aos torcedores da Independente, com grande possibilidade de confrontos”, alerta a PM.

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Em setembro de 2017, o grupo se desligou da organizada, mas continua usando o nome da entidade e o símbolo em uniformes, bandeiras e faixas. O grupo de Campinas, um dos maiores da Independente fora da capital, aponta desacordos com a diretoria da organizada da capital. Um deles seria a falta de protestos em relação à gestão do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

OUTRAS TORCIDAS – A recomendação do Ministério Público para a torcida do São Paulo pode se estender para outras torcidas. No mês de maio, um torcedor do Palmeiras foi baleado no ombro por um membro da torcida organizada do mesmo time ao lado do Shopping Metrô Tatuapé, na zona leste.

Segundo a PM, um grupo de torcedores palmeirenses conhecidos como Excluídos da Mancha Verde apedrejou ônibus da torcida. Dez torcedores foram presos. “Nos últimos 20 anos, tivemos eventos esporádicos de conflitos entre torcidas do mesmo time. Temos relatos que indicam que isso sempre ocorreu. Nossa intenção é prevenir novos enfrentamentos entre torcedores da mesma equipe”, completa o promotor.