Menos de um dia após o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, declarar que o Brasil irá “passar vergonha” na Copa do Mundo em função de atrasos em obras para o Mundial, o ministério do Esporte rebateu as declarações. Na manhã desta sexta-feira, o ministro Aldo Rebelo manteve seu tradicional discurso
otimista. Já o secretário executivo da pasta, Luís Fernandes, preferiu outro tom.
“Me parece que a função do TCU é acompanhar tecnicamente a condução das obras relativas à Copa do Mundo. O que saiu na mídia foi uma espécie de apreciação política que não compete ao TCU fazer”, declarou Fernandes, em entrevista coletiva realizada no Palácio da Cidade, na zona sul do Rio, onde ocorre reunião sobre o plano operacional para a Copa do Mundo.
Fernandes afirmou que todas as intervenções necessárias para o Mundial serão entregues a tempo. “O que posso garantir é que, do ponto de vista de operação do evento Copa do Mundo, todas as obras essenciais estão ou estarão finalizadas para a operação da Copa do Mundo. Isso nos dá absoluta confiança do sucesso do evento”, disse.
O secretário executivo rebateu ainda a declaração de Nardes de que Cuiabá está “uma praça de guerra”, usando o mesmo argumento de que algumas das obras não são necessárias para o Mundial. “Cuiabá tem mais de 50 obras de mobilidade urbana sendo conduzidas aproveitando a oportunidade da Copa do Mundo, mas apenas uma parte delas está na Matriz de Responsabilidades. A maior parte não é essencial para a
realização da Copa do Mundo”, apontou.
“Se a discussão é sobre legado, há um equívoco. A dimensão de legado geral para o evento é ampla, e não se restringe às obras integrantes da Matriz de Responsabilidades. Isso é outro equívoco conceitual muitas vezes cometido”, completou.
O ministro Aldo Rebelo, por sua vez, preferiu não polemizar. “Vocês acreditam nisso?”, questionou aos jornalistas presentes ao comentar a declaração de que o Brasil irá “passar vergonha”. “Não vai ter nada disso. O Brasil vai fazer o seu papel e vai fazer a melhor Copa possível”, resumiu.