Além de todo o esquema de segurança montado pelos responsáveis locais para garantir o bom andamento dos jogos da Copa do Mundo em Curitiba, antes, durante e depois dos jogos, o Ministério da Defesa também terá uma atuação importante durante o Mundial. Junto com o Ministério da Justiça e com os órgãos de segurança federais e estadual, o Ministério da Defesa, que investiu R$ 709 milhões para reforçar a segurança na Copa, será responsável pelo planejamento, coordenação e articulação das ações que serão realizadas durante os jogos.
Por ser uma das regiões de fronteira do Brasil, o estado do Paraná terá uma atenção toda especial do Ministério da Defesa. A segurança será reforçada nas cidades que fazem fronteira com o Paraguai e a Argentina a fim de evitar a entrada de traficantes com explosivos e drogas, e também para que os barrabravas, torcedores argentinos que prometem, mesmo sem ingresso, entrar no território brasileiro e agir com violência nas praças esportivas que receberão os jogos da Copa do Mundo.
Para garantir a segurança no Brasil durante a Copa do Mundo, o Ministério da Defesa vai agir em dez eixos estratégicos, com 57 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que fazem parte das três forças armadas. O modelo de atuação já foi testado e aprovado em grandes eventos realizados recentemente, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, que recebeu a visita do Papa Francisco.
Do total do efetivo de 57 mil militares, 21 mil estarão em regime de prontidão para casos específicos de crise na segurança durante a Copa do Mundo. Porém, em um primeiro momento, este efetivo não estará atuando nas ruas e, somente se o governador do Estado identificar que os organismos de segurança locais não conseguirão dar conta de possíveis problemas, é que os militares deverão atuar. Entretanto, o pedido deverá ser feito através de um documento público diretamente para a presidência da república. Os outros 36 mil homens das três forças armadas serão responsáveis pelas ações dos outros eixos de atuação.
Um dos eixos vai controlar o espaço aéreo em um raio próximo dos estádios da Copa do Mundo e que vai interferir diretamente na operação dos principais aeroportos do Brasil. Em Curitiba, segundo o Ministério da Defesa, o Aeroporto Internacional Afonso Pena, mesmo localizado em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana, vai operar com restrições nos quatro dias de jogos da Copa do Mundo na capital paranaense. Uma hora antes e uma hora e meia depois dos jogos nenhuma aeronave poderá usar o espaço aéreo nas proximidades da Arena da Baixada. A restrição estende-se também aos drones, que são utilizados por veículos de comunicação para capturar imagens aéreas de grandes eventos.
Os outros eixos de atuação das forças armadas vão fazer a proteção de estruturas estratégicas, a defesa marítima e fluvial, a cooperação nas fronteiras, a fiscalização de explosivos em locais públicos, de jogos e treinamentos das seleções, a segurança e defesa cibernética, a defesa química, biológca, radiológica e nuclear, a prevenção e combate ao terrorismo, o emprego de helicópteros para as operações de defesa aeroespacial e a força de contingência durante o Mundial.
Protestos
Uma das preocupações do Ministério da Defesa é com os protestos, que já aconteceram em algumas cidades-sede na Copa das Confederações do ano passado. O Centro de Defesa Cibernética, do Exército, está realizando acompanhamento de atividades na internet para identificar, ameaças que coloquem em risco a segurança da população e turistas durante o Mundial.
Algumas negociações com os principais grupos ativistas, que agiram na Copa das Confederações, estão acontecendo a fim de evitar novos protestos.