Falcão se despediu dos jogadores do Inter na tarde desta segunda-feira, horas depois de ter sido demitido pelo presidente Giovanni Luigi. Na sequência, ele deu uma entrevista coletiva para comentar sua saída do clube. E, bastante abatido, não escondeu a surpresa e a decepção por ter sido mandado embora. “O tamanho da minha frustração é maior do que o Beira-Rio”, afirmou o treinador.
Grande ídolo da história do Inter, Falcão foi contratado como treinador no começo de abril. Conquistou o título do Campeonato Gaúcho, mas caiu nas oitavas de final da Libertadores. Agora, no Brasileirão, o time chegou a somar 15 pontos. Nos últimos três jogos, porém, teve três derrotas (para Vasco, Corinthians e São Paulo), o que acabou provocando a demissão na manhã desta segunda-feira.
“É um momento muito difícil para mim. Fui surpreendido. Saio do Internacional num momento em que eu não esperava, num momento que acho que começaríamos a ter vitórias”, afirmou Falcão, que chegou a se emocionar durante a entrevista coletiva. Ele aproveitou para agradecer o carinho dos jogadores e dos torcedores, mas reclamou bastante da diretoria do clube, principalmente do presidente.
Segundo Falcão, a direção sabia da necessidade de reforços desde que ele assumiu o cargo. “Não foi feito aquilo que prometeram. Se a gente conseguisse aquilo que me foi prometido e os resultados não viessem, aí poderia se falar de demissão”, disse o treinador, lembrando que a atuação do time chegou a ser elogiada pelo presidente depois da derrota para o Corinthians, na última quinta-feira.
Ao comentar sobre Giovanni Luigi, Falcão revelou que o presidente nunca quis a sua contratação. “Se ele não me queria, a relação já nasce ruim. O presidente tem uma maneira de trabalhar que não era a minha”, contou o técnico, que chegou a dizer que a relação entre eles era “zero”. “O torcedor do Inter tem que estar muito atento para as coisas que são feitas no Inter, da maneira que são feitas.”
Ele também insinuou que o presidente tentava interferir na escalação do time e admitiu que o conturbado momento político do Inter contribuiu para sua demissão. “Esperava que as coisas fossem um pouquinho diferentes, mesmo sabendo que estava entrando contra a vontade de algumas pessoas importantes do clube”, disse Falcão, que não quis falar muito sobre o seu futuro profissional.
Agora sem Falcão, a direção do Inter começa a busca por um novo técnico – um dos nomes comentados no Beira-Rio é o de Dunga. Segundo Giovanni Luigi, a expectativa é encontrar um substituto até quarta-feira. “Tem que ser um treinador experiente, com cacife e comando, para que os atletas possam ter um desempenho ideal”, avisou o presidente do clube gaúcho.
