A terceira etapa do Circuito Mundial de Surfe começa nesta quarta-feira em Margaret River, na Austrália (primeira chamada será às 20h desta terça-feira no horário de Brasília), com oito brasileiros: Gabriel Medina, Filipe Toledo, Adriano de Souza, Miguel Pupo, Jadson André, Wiggolly Dantas, Italo Ferreira e Alejo Muniz, que foi convidado pela organização.
A previsão é de grandes ondas de até 6 metros neste início de etapa, que tem prazo para terminar até 26 de abril. Como os dois eventos anteriores tiveram um mar bastante irregular, a expectativa dos surfistas é muito grande. Além da etapa masculina, a feminina será realizada no mesmo período e o Brasil conta com a presença de Silvana Lima, que enfrenta Tyler Wright e Laura Enever na primeira fase.
Terceiro colocado do ranking mundial, Adriano de Souza, o Mineirinho, vai confiante para mais uma disputa. Ele está em sua décima temporada entre a elite do surfe e acredita que o campeão mundial terá de manter uma regularidade grande no ano. E para seus amigos Gabriel Medina e Filipe Toledo, ele avisa: “não deixem o velhinho chegar”.
Agência Estado – Você está completando 10 anos de Circuito Mundial. Como se sente sendo um veterano em um momento ótimo do surfe brasileiro?
Mineirinho – Para ser sincero, não me sinto um veterano! Tenho 29 anos de idade e muita lenha para queimar! Por ser o mais experiente de todos, claro que sinto responsabilidade em fazer bonito e me sinto muito feliz em começar o ano dessa forma na água após meses tão difíceis de lesões e perdas como a do Ricardinho dos Santos, meu anjo da guarda que está comigo lá do céu.
AE – Qual a expectativa para a terceira etapa, em Margaret River?
Mineirinho – Fui muito bem lá no ano passado antes da série de lesões. Terminei em terceiro e este é o mínimo que quero conseguir neste ano. Se possível, quero ir muito bem para poder disputar a etapa do Rio de Janeiro, daqui um mês, com a camisa amarela. Estou com saudade de usá-la, a última vez foi em 2013.
AE – Quem você coloca na disputa do título mundial? É muito cedo para projetar alguma coisa?
Mineirinho – Acredito que os brasileiros estão muito bem nessa briga, mas é verdade, eu acho ainda cedo para apostar. Todos têm chances, todos têm muito potencial e será uma briga dura até o fim do ano. Consistência será a chave nesta temporada.
AE – Como está a relação dos brasileiros nas etapas?
Mineirinho – Está boa. Todos são muito competitivos, mas todos se respeitam e se dão bem. Já que você me chamou de veterano, vou deixar um recado pro Medina e pro Filipe: não deixem o velhinho chegar! (risos)
AE – Você percebe alguma mudança em relação aos torcedores e outros surfistas após o título do Gabriel?
Mineirinho – Essa geração é mais preparada e o público está vendo isso na prática. Todos são muito novos e já têm muito tempo de estrada. Completo em 2015 dez anos de circuito e ainda estou bem novo e com muito chão pela frente. Esta será uma geração duradoura e que já está gerando frutos em novos talentos, que certamente proporcionará novas gerações futuras ainda melhores preparadas e competitivas. Acho que temos um futuro muito bonito pela frente.