Belo Horizonte – O Mineirão venceu a disputa com outros 27 estádios, espalhados por todo, País, que pretendiam sediar a partida entre Brasil e Argentina, no dia 2 de junho, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. O anúncio foi feito ontem, pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, num almoço com o governador do Estado, Aécio Neves (PSDB), no Palácio das Mangabeiras.
Segundo Ricardo Teixeira, o que pesou na decisão da CBF foi a participação dos clubes mineiros no cenário do futebol brasileiro e não os apelos feitos pelo governador de Minas.
“Antes de mais nada, pesou Minas Gerais, o futebol mineiro. Acho que nada mais justo do que a gente trazer o jogo contra a Argentina para Minas, para Belo Horizonte, para o Mineirão, em última análise. Não só pelo que Minas tem, nesses últimos anos, demonstrado no contexto do futebol, através do Cruzeiro e do Atlético, enfim das equipes que participam do campeonato nacional”, afirmou Ricardo Teixeira, acompanhado pelo secretário-geral da CBF, Marco Antônio Teixeira.
Com a confirmação da partida para a capital mineira, o presidente do Cruzeiro, Alvimar Perrella, ofereceu a estrutura da Toca da Raposa II para receber a seleção brasileira. O convite deve ser aceito pelo presidente da CBF, que visitou o centro de treinamento do time mineiro.
“Fiquei impressionado com o que vi. A estrutura é superior à da CBF (Granja Comary), em Teresópolis”, elogiou Ricardo Teixeira, aproveitando para fazer uma brincadeira com o governador de Minas e com o presidente do Cruzeiro. Perguntado sobre a preferência clubística de Aécio Neves, cruzeirense declarado, e se faltava alguma coisa na Toca da Raposa, respondeu. “Ele (Aécio Neves) é um torcedor apaixonado. Eu, às vezes, posso fazer alguma crítica na escolha, porque todo mundo sabe que eu sou Atlético Mineiro”, revelou. “Na minha opinião, só falta na Toca da Raposa a bandeira do Galo”, provocou Ricardo Teixeira, que é mineiro.
Apesar das brincadeiras, o Mineirão, para sediar a partida, deverá passar por uma série de adaptações. “Algumas coisas deverão ser feitas, como na parte de segurança, na parte de cadeiras. Mas tenho certeza que o João Leite (atual Secretário Estadual de Desenvolvimento Social e ex-goleiro do Atlético) sabe isso melhor do que eu. Ele já conversou sobre isso, e eu tenho convicção absoluta de que vocês vão ficar surpresos com o trabalho que ele vai fazer, colocando o Mineirão dentro do contexto dos grandes estádios do mundo”, explicou Ricardo Teixeira.
O secretário confirmou que até a data da partida o estádio estará pronto. “O governo de Minas vai atender às exigências da CBF para a realização da partida. Porém, mais do que isso, vai dar mais condição e conforto para o torcedor que comparece ao Mineirão”, garantiu João Leite.
Parreira aprova jogo em Minas
Rio de Janeiro – O técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, gostou de saber ontem que a partida contra a Argentina, prevista para o dia 2 de junho, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006, será realizada em Minas Gerais, no Mineirão, mas minimizou a importância do confronto. De acordo com o treinador, é uma opinião unânime na comissão técnica de que o jogo não irá fazer “diferença” em termos de classificação.
“A partida é especial pela rivalidade. Agora é o jogo menos importante das eliminatórias”, disse Parreira. “Ganhar, perder ou empatar com a Argentina não vai fazer nenhuma diferença na classificação.” Apesar de minimizar a importância do resultado, Parreira destacou que uma vitória será importante para o “lado” emocional e psicológico dos jogadores. Principalmente porque os argentinos são os tradicionais rivais do Brasil.
Parreira ainda lembrou que a próxima partida pelas eliminatórias, no dia 30 de março, contra o Paraguai, será mais decisiva, porque o adversário é o líder da tabela de classificação. O treinador admite que a partida tem um sabor de vingança. Os paraguaios ganharam da seleção sub-23 durante o pré-olímpico do Chile e ficaram com a vaga para Atenas.
“É claro que vai ficar um gostinho. A gente vai querer tirar uma casquinha por termos sido eliminados”, afirmou o técnico da seleção. “Mas o importante é pensar na Copa do Mundo.”
Sobre a Copa América do Peru, a ser realizada entre os dias 6 e 25 de julho, Parreira reconheceu que terá dificuldades para armar a equipe, porque os jogadores que atuam na Europa estarão em final de temporada e início de férias. Além desses problemas, os atletas do Brasil vão estar disputando o campeonato brasileiro. “Vai ser complicado armar o time”, disse.
Viagem
Parreira e o coordenador técnico da seleção, Zagallo, informaram ontem o roteiro da viagem que farão à Europa, a partir de terça-feira. Os dois sairão do Brasil após a convocação para o amistoso contra a Irlanda, em Dublin, previsto para 18 de fevereiro.
No dia 7 de fevereiro assistirão a Wolfsburg x Borussia Dortmund, na Alemanha. A seguir seguem para a Itália e estarão presentes no clássico entre a Roma e a Juventurs, no dia 8. Depois, no dia 10, estarão na Inglaterra para ver Arsenal x Suthampton, e, no dia seguinte, Manchester United x Middlesbrough.
A última parada será na França: Auxerre x Olympique Lyon, dia 14. No dia 15, ambos embarcam para Dublin, para o amistoso da seleção.
